* Lista de modalidades com atletas confirmados para as Olimpíadas.
Total: atletas
Clementino não participou de Pequim-2008 porque juízes vetaram o cavalo, afirmando que ele apresentava uma diferença no trote
Rogério Clementino poderia fazer história nos Jogos Olímpicos sendo o primeiro cavaleiro negro a representar o país nos Jogos Olímpicos. O sonho, entretanto, se desfez quando os juízes responsáveis pelos exames veterinários vetaram o cavalo Nilo, impedindo o conjunto de disputar a competição. Com a decisão, a equipe de adestramento também não pôde participar das Olimpíadas, uma vez que são necessários no mínimo três conjuntos para disputar as provas.
Tapa-buracos do time do Pan-Americano, Rogério Clementino foi o primeiro brasileiro do adestramento a conseguir vaga nas Olimpíadas de Pequim. Após a medalha de bronze no Rio-2007, os brasileiros conquistaram vaga na China, mas tinham de confirmá-la. Segundo a Federação Internacional, todo cavaleiro classificado precisava marcar duas vezes o índice de 64 %, em duas competições diferentes e por dois juízes internacionais.
Com os brasileiros distantes do objetivo, a Confederação Brasileira organizou cinco eventos internacionais três estrelas e trouxe da Europa juízes internacionais. Nas duas primeiras etapas, nenhum índice. Rogério só conseguiu a marca nos dois torneios seguintes, ambos na Hípica Santo Amaro.
Foi uma reviravolta para ele, que só competiu no Pan-Americano após a desistência da amazona Pia Aragão, barrada no exame médico do seu cavalo. Rogério virou titular da equipe faltando dez dias para os Jogos. Na disputa individual, ficou na 12ª colocação, com 63,600 pontos.
O cavaleiro de 25 anos é professor de equitação do haras do empresário Victor Oliva, em Araiçoaba da Serra, interior de São Paulo. Antes, porém, sua vida era bem diferente em Mato Grosso do Sul. O fraque e a cartola que agora usa nas competições já foram bota e espora. "Eu montava em rodeio, com boi", lembra. Ele diz que começou a montar ao cinco anos, mas o adestramento só veio bem mais tarde.
"Foi quando eu vim para São Paulo e conheci o Leandro [da Silva, outro cavaleiro da seleção de adestramento, que não se classificou para o Rio-2007]. Ele foi meu técnico", conta.
De origem mais humilde que a maioria dos seus parceiros no esporte, Rogério ressalta a dificuldade de ter sucesso no adestramento. "No começo foi difícil se inserir no meio, mas quando a gente se dedica e trabalha com o coração dá certo".
Em 2006, Rogério foi o primeiro colocado no Campeonato Brasileiro Sênior e chamou a atenção do técnico da seleção, o sueco Eric Lette. Nos Jogos Pan-Americanos, o atleta mostrou que a aposta do treinador estava certa. Junto das companheiras Luiza Tavares e Renata Rabello, ele acabou com um jejum de 32 anos sem medalha brasileira no Pan do Rio.