* Lista de modalidades com atletas confirmados para as Olimpíadas.
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Com a contusão de sua égua, Doda não teve a oportunidade de disputar as Olimpíadas e ajudar o Brasil a conquistar medalhas
Favorito a conquistar uma medalha no salto individual, Doda sequer conseguiu participar das Olimpíadas de Pequim. Uma lesão sofrida pela égua do cavaleiro, AD Picolien Zeldenrust, impossibilitou o brasileiro de lutar por um pódio na China.
Doda, que ajudou o Brasil a conquistar as medalhas de bronze por equipes em Atlanta-96 e Sydney-00, teve seu animal lesionado, provavelmente durante o transporte para Hong Kong. No entanto, o fato não pôde ser comprovado com exatidão pelos veterinários. Melhor colocado entre os brasileiros na modalidade antes das Olimpíadas, o cavaleiro lamentou não disputar a competição, mas se disse consciente da decisão que tomou. "Eu não vou saltar por dois motivos. O primeiro é comprometer o futuro da égua se forçar a barra, com o risco de não passar na visita veterinária e prejudicar a equipe. O segundo é não dar a oportunidade do conjunto reserva saltar, já que a minha égua não está com chances de colaborar com o resultado do time do Brasil", disse o atleta antes do início dos Jogos. Coincidência ou não, Pedro Veniss, reserva de Doda, também teve problemas com seu cavalo durante o torneio. Ele caiu e deixou o Brasil sem chances de brigar por medalha.
Álvaro Affonso de Miranda Neto, que inicialmente tinha medo de cavalos, não gostava muito de competir. Foi apenas aos 12 anos que Doda, como é conhecido no mundo do hipismo, inscreveu-se na sua primeira competição. O resultado não poderias ser mais desastroso: logo no início da prova soa o sino que anuncia erro de percurso e, conseqüentemente, a eliminação da competição.
Analisando a carreira de Álvaro Miranda, nota-se que aquele velho trauma não passa de uma remota lembrança da infância. Doda é, ao lado de Rodrigo Pessoa, um dos principais cavaleiros brasileiros na modalidade salto, sendo o único entre os 20 primeiros no ranking mundial da Federação Eqüestre Internacional (Fei).
Os dois atletas têm um relacionamento próximo, que começou quando Doda foi para o centro de treinamentos de Neco (Nelson Pessoa, pai de Rodrigo) em Bruxelas, na Bélgica, em 1996. Entretanto, o caminho até a Europa começou um pouco antes, em 1992. Depois de vencer a Copa Pancary de Young Riders no Brasil, o cavaleiro aventurou-se no Velho Continente. Lá, conquistou o Grande Prêmio da Alemanha e a medalha de bronze na Itália com a equipe de salto formada por Rodrigo Sarmento e Ana Elisa Aguiar.
No centro da família Pessoa, o cavaleiro treinou e aprimorou-se profissionalmente. Coincidência ou não, foi no mesmo ano que Doda estreou em Jogos Olímpicos, ajudando a equipe de salto brasileira a ganhar o bronze em Atlanta-96. Quatro anos depois, os brasileiros repetiram o feito em Sydney-2000, com outro terceiro lugar.
Em Atenas-04, Doda era a maior celebridade brasileira entre a população grega. Não por causa de seus saltos ou da fama no hipismo, mas pelo romance com a badalada Athina Onassis, filha única de uma família milionária no país. O par acabou casando-se em 2005, mas a medalha nos Jogos de Atenas-04 não veio.
Quatro anos depois, Doda seguiu para a China sem o mesmo status de celebridade dos Jogos na Grécia, porém com mais experiência e na condição de melhor ginete do país. O atleta veio de bons resultados em Grand Prixes na Europa, o que indicava um bom entrosamento com a égua Ad Ornella. Para Pequim-2008, entretanto, o cavaleiro levou a égua AD Picolien Zeldenrust, que acabou lesionada e o tirou da competição.
No início de abril, Doda assustou os torcedores brasileiros e a esposa Athina. Durante uma competição na Alemanha, o cavaleiro caiu da égua AD Ornella e foi arrastado alguns metros, sofrendo torções no tornozelo e joelho, nenhuma delas muito grave, felizmente. Na semana seguinte o conjunto foi campeão em Estoril, na Itália, provando que aquele tombo não passou de um susto.