Milionário indiano que atirava na empregada aos 5 anos tenta o bi olímpico

Do UOL, em São Paulo

  • REUTERS/Parth Sanyal/Files

    Abhinav Bindra exibe sua medalha de ouro; indiano começou a carreira aos 5 anos, atirando na empregada

    Abhinav Bindra exibe sua medalha de ouro; indiano começou a carreira aos 5 anos, atirando na empregada

Abhinav Bindra é o único indiano na história a vencer os Jogos Olímpicos em um torneio individual, com o ouro na prova de rifle de ar a 10 m, em 2008. Herdeiro de uma família milionária, ele comanda uma empresa armamentista e é um astro em seu país, mesmo tendo brigado com toda a cartolagem local. Atirador desde a primeira infância, ele "começou a carreira” aos 5 anos, mirando em balões e garrafas que ficavam sobre a cabeça de sua empregada.

QUEM É O FRANCO-ATIRADOR

Nome: Abhinav Singh Bindra
Idade: 29 anos
Nacionalidade: Indiana
Conquistas: Ouro em 2008 no rifle de 10 m

Todas essas histórias compõem um dos personagens mais interessantes de toda a Olimpíada, cotado para o bicampeonato em Londres. Indiano de nascimento, Bindra fez faculdade nos Estados Unidos e hoje vive em um palácio em Chandigarh, cidade planejada no interior de seu país natal que não lembra em nada os cenários tumultuados de grandes metrópoles como Nova Délhi.

Foi em casa que ele começou a praticar tiro. Aos cinco anos de idade, conta seu pai, ele já “treinava” com uma empregada da casa como suporte dos alvos. “Ele deixava um balão d’água em cima da cabeça da empregada e começava a atirar, sabendo que qualquer erro seria fatal. Só que ele era tão preciso que eu não tinha dúvidas de que ele ia tornar-se profissional”, disse AS Bindra, pai de Abhinav que o apelidou de "Silent Killer" (matador silencioso), ao jornal Times of India.

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Mais tarde, o próprio atleta admitiu o início polêmico. Em sua autobiografia, disse que além da empregada uma irmã servia de ajudante, e que a atitude era “irresponsável”. A proximidade de Abhinav com armas tem uma explicação lógica.

Sua família é dona da Abhinav Futuristics, especializada em produtos de alta tecnologia que também vende armas para o mercado interno indiano. Hoje em dia, Abhinav é CEO da empresa, que é revendedora oficial da empresa alemã Walther, gigante do ramo de armamentos.

Em seu desenvolvimento como atleta, Abhinav pôde contar com o apoio do pai, que investiu cerca de US$ 1,7 milhão (R$ 3,5 milhões) em sua carreira. A dependência do pai forjou no atleta o incômodo com relação aos dirigentes esportivos de seu país. Segundo a BBC, duas vezes em sua adolescência Abhinav não teve um recorde computado por falta de oficias nas competições das quais participou.

Antes dos Jogos Olímpicos de Pequim, a federação local lhe mandou um par de sapatos em que um pé era bem maior que o outro (ambos diferentes do número que ele usa). Episódios como esse e a falta de estrutura local o fizeram romper com os cartolas. Um dos capítulos de sua autobiografia é “Obrigado por nada”, em que ele se dedica a criticar duramente o sistema esportivo indiano.

Quando ele venceu, pôde apontar todos os problemas que ele via. O “direito” de criticar foi conquistado em 2008, quando ele ganhou o ouro na sua prova preferida quatro anos depois de fracassar em Atenas. Foi a primeira medalha de ouro da Índia desde 1980, quando o time de hóquei do país conquistou os Jogos, além de ter sido a primeira de um esporte individual.

Hoje, Bindra não é mais tão favorito, mas ainda assim chega com chances de ser bicampeão em Londres. Um de seus grandes adversários, curiosamente, também é indiano. Gagan Narang foi bronze no Mundial em 2010, quando Bindra ficou fora do pódio, e ganhou do rival nos Jogos da Comunidade Britânica, disputados em Nova Délhi, em 2010.  

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