Harakiri
O judô foi disputado pela primeira vez nos Jogos Olímpicos. O país organizador, que domina o esporte, ganhou três das quatro medalhas de ouro. Porém, na categoria mais desejada, a livre (aberta a todos os pesos), a vitória foi de um holandês, Anton Geesink, derrotando na final o japonês Akio Kaminaga, um verdadeiro trauma nacional. Anos depois, Kaminaga admitiu em entrevista que pensou em harakiri, o ritual suicida japonês. Não aconteceu, e ele foi professor de judô até morrer, aos 56 anos.
20 anos de atraso
Campeão dos 10.000 m, William Mills (EUA), descendente de índios Sioux, venceu o recordista mundial Ron Clarke, da Austrália. Depois da vitória, não deu a volta olímpica porque ainda havia corredores na pista. Voltou ao Estádio Nacional 20 anos mais tarde para dar a volta vitoriosa.
Jogo limpo
O Comitê Olímpico Internaciona entregou o prêmio Fair Play em uma Olimpíada pela primeira vez no Japão. Os suecos Lars Gunnar Kall e Stig Lennart Kall, que desistiram da prova de vela para ajudar outros dois concorrentes cujo barco tinha afundado, foram os homenageados.
Deu bandeira
Tricampeã olímpica, a australiana Dawn Fraser decidiu levar uma bandeira olímpica como lembrança. Resolveu roubar a que tremulava sobre o Palácio Imperial. Pega pelos guardas, só a intervenção do imperador evitou a prisão. Acabou suspensa por dez anos.
Você sabia?
Você sabia?
- Michael Larrabee, professor de matemática em Los Angeles, venceu os 400 m rasos e se tornou o primeiro branco a ganhar a prova em 32 anos. Seus alunos riram dele quando contou que iria tentar a classificação olímpica.
- Desclassificado, o peso-pena espanhol Valentin Loren vingou-se do árbitro com um soco no rosto. Acabou banido do boxe pela federação internacional do esporte.
- No judô, o filipino Thomas Ong perdeu duas lutas, uma em seis segundos e outra em quatro segundos. Ou seja, esteve em ação na Olimpíada por incríveis dez segundos.
- A Polônia venceu o revezamento 4 x 100 m feminino com recorde mundial. Em 1967, porém, uma das corredoras do time, Ewa Klobukowska (também bronze nos 100 m), tornou-se a primeira atleta reprovada no teste de comprovação de sexo.
- No boxe, o sul-coreano Choh Dong-kih foi desclassificado por manter a cabeça muito baixa. Protestou, sentado em uma banqueta no meio do ringue, por 51 minutos.
- Robert Hayes (EUA), ouro nos 100 m rasos, largou as pistas para brilhar no time mais popular de futebol americano nos EUA, o Dallas Cowboys.