Diferença de fuso tira o brilho dos Jogos ecológicos de Sydney

A escolha de Sydney como sede dos Jogos de 2000 foi uma grande surpresa. A favorita era Pequim, na China, que tinha vencido a primeira votação com mais da metade dos votos. No segundo turno, a vitória foi da cidade australiana por apenas dois votos de diferença.

A Olimpíada australiana pode ser considerada a Olimpíada dos números. Foram batidos os recordes de atletas participantes, países, mulheres, jornalistas, voluntários, esportes, provas, medalhas, direitos de TV e espectadores. Livre de boicote e atentados, o maior problema do evento foi o fuso horário, que prejudicou o maior público mundial, o Ocidente. Os EUA, por exemplo, não transmitiram nenhuma prova ao vivo, muito também pela decisão da NBC, que detinha os direitos de divulgação.
 
O grande momento na cerimônia de abertura foi o desfile das delegações das duas Coréias, unidas sob uma mesma bandeira, e os atletas do Timor Leste, nação recém-desligada da Indonésia, que desfilaram sob a bandeira olímpica.
 
Nos Jogos de Sydney, os organizadores tiveram um cuidado especial com o meio ambiente. Pela primeira vez, grupos ecológicos como o Greenpeace acompanharam a organização. A baía de Homebush, conhecida como o maior esgoto da Austrália, sofreu uma transformação espetacular, convertendo-se em um parque natural. A Vila Olímpica também recebeu energia solar.
 
Fiasco brasileiro
 
Pela primeira vez desde os Jogos de Montreal-1976, o Brasil ficou sem medalhas de ouro em uma Olimpíada. Em contrapartida, os atletas brasileiros tiveram a segunda melhor campanha na história no total de medalhas, com 12, seis pratas e seis bronzes, perdendo apenas para Atlanta-1996, com 15.
 
O vôlei de praia foi o esporte que mais conquistou medalhas: prata com Shelda/Adriana Behar, campeãs mundiais, e bronzes com Zé Marco/Ricardo e Sandra Pires/Adriana Samuel. O judô e a vela, esportes em que o Brasil vinha conquistando pódios desde 1968, deram ao país quatro medalhas. Foram duas pratas no judô (Carlos Honorato, na categoria médio, e Tiago Camilo, na leve) e uma prata e outro bronze na vela (Robert Scheidt, segundo na classe Laser, e Torben Grael e Marcelo Ferreira, terceiros na Star).
 
Com a conquista, Torben Grael tornou-se o brasileiro com o maior número de medalhas, ao lado do nadador Gustavo Borges. Torben contabilizou prata em Los Angeles-1984, bronze em Seul-1988 e ouro em Atlanta-1996. Já Borges, que ganhou bronze em Sydney no revezamento 4 x 100 m livre, foi prata em Barcelona-1992, e prata e bronze em Atlanta-1996.
 
No atletismo, o quarteto brasileiro do 4x100 m rasos levou a medalha de prata. O time formado por Vicente Lima, Édson Ribeiro, André Silva e Claudinei Quirino terminou a prova apenas atrás dos norte-americanos. No hipismo, a equipe brasileira de saltos, que teve Álvaro Miranda Neto, André Johannpeter, Luiz Felipe de Azevedo e Rodrigo Pessoa, ficou com bronze.
 
Duas seleções femininas trouxeram bronze: basquete e vôlei. No futebol, o time do técnico Vanderlei Luxemburgo perdeu para Camarões nas quartas e manteve o tabu do ouro olímpico. No feminino, o país ficou em quarto.
 
A ginasta Daniele Hypólito obteve um histórico 20º lugar no individual geral, o melhor do país em uma Olimpíada; Rogério Romero foi o único nadador a ir a uma final nas provas individuais (200 m costas) e Gustavo Kuerten caiu diante do russo Yevgeny Kafelnikov - que levaria o ouro- nas quartas-de-final.
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Ficha

Países participantes
199
Número de modalidades
28
Número de atletas
10.651 (m: 6.582, f: 4.069)
Participação do Brasil
52º lugar
Data de abertura
15 de Setembro de 2000
Data de encerramento
01 de Outubro de 2000
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