Desempenho histórico, pedido de casamento e tricampeonato do Brasil marcam Paraolimpíada
Do UOL, em São Paulo
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Gareth Copley/Getty Images
A delegação brasileira superou Pequim e teve desempenho histórico nos Jogos Paraolímpicos de Londres
Os Jogos Paraolímpicos de Londres chegaram ao fim no último domingo como um grande sucesso de público nas arquibancadas das arenas, estádios e piscinas. Como em toda grande competição, histórias boas é que não faltam e a Paraolímpiada realizada na capital inglesa viu a consagração do nadador Daniel Dias, o "Michael Phelps" brasileiro, o ressurgimento de um ídolo do automobilismo agora campeão paraolímpico e um jovem talento brasileiro desafiando e tirando do sério um dos grandes nomes do esporte.
O UOL Esporte reuniu as dez principais história dos Jogos. Confira:
DANIEL DIAS, A ESTRELA DO BRASIL NOS JOGOS DE LONDRES
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Daniel Dias fez históira nos Jogos Paraolímpicos de Londres. Em sua segunda participação em Paraolimpíadas, o brasileiro ficou com o ouro em todas as seis provas individuais que disputou e se tornou o maior atleta paraolímpico brasileiro. Ele soma, ao todo, 14 medalhas em Jogos, superando Clodoaldo Silva e Ádria Santos.
O DUELO ENTRE ALAN FONTELES E OSCAR PISTORIUS
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O brasileiro Alan Fontele surpreendeu em sua primeira prova nos Jogos de Londres. Medalha de ouro nos 200m T44, ele superou o favorito Oscar Pistorius, que liderava a prova até os últimos metros, quando o brasileiro o ultrapassou. O sul-africano, porém, não deixou barato e foi mais rápido que o brasileiro no revezamento 4x100, em que ambos foram os últimos atletas a correr de suas equipes, e nos 400m T44, em que Pistorius conquistou o ouro enquanto Fonteles ficou apenas em quarto lugar.
EX-PILOTO DE F-1 ZANARDI SUPERA ACIDENTE E LEVA TRÊS MEDALHAS
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O ex-piloto Alessandro Zanardi deu uma lição de superação na Paraolimpíada de Londres. 11 anos após sofrer um grave acidente na Indy e perder as duas pernas, o italiano chegou em Londres para vencer. No ciclismo, ele conquistou dois ouros, na prova contrarrelógio H4 e na prova de estrada H4, e uma prata na prova de estrada por equipes. Sobre a troca do automobilismo pelo ciclismo, Zanardi afirma ter feito a coisa certa. “Você não deve perseguir coisas utópicas, mas se tiver um olhar no horizonte, a felicidade estará ao virar a esquina”
BRASIL CONQUISTA MELHOR DESEMPENHO DA HISTÓRIA
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Tito Sena conquistou a medalha de ouro na maratona no último dia de Paraolimpíadas em Londres e garantiu ao Brasil o 21º ouro, o 7º lugar no quadro de medalhas e o melhor desempenho da história do país. O Brasil encerrou os Jogos com 21 medalhas de ouro, 14 de prata e oito de bronze, um total de 43. Para o Rio-2016, a expectativa e melhorar ainda mais este desempenho, já que os atletas competirão em casa.
VITÓRIA NAS PISTAS E PEDIDO DE CASAMENTO PARA O MUNDO INTEIRO
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O corredor brasileiro Yohansson Nascimento foi um dos destaques do atletismo do país nas pistas do estádio Olímpico com uma medalha de ouro, outra de prata e recordes mundiais nos 100 m T46 e 200 m na mesma categoria. Mas foi um pedido especial feito logo após cruzar a linha de chegada que chamou a atenção. "Thalita, quer casar comigo?", era o que dizia em um pedaço de papel que Yohansson mostrou para as câmeras. Do Brasil, Thalita aceitou o pedido e casará com o agora medalhista paraolímpico.
BICAMPEÃ PARAOLÍMPICA, TEREZINHA É “BRECADA” POR QUEDA DE GUIA
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Terezinha Guilhermina tinha três provas para disputar nos Jogos Paraolímpicos e volta para casa com duas medalhas de ouro, nos 100 m T11, quando também fez o recorde mundial, e nos 200 m T11. Mas o desempenho da brasileira poderia ser ainda melhor se seu guia, Guilherme Soares não tivesse sentido uma lesão na reta final dos 400 m T12 e caído na pista do estádio Olímpico. Terezinha preferiu não seguir sozinha até o fim, esperou o companheiro se levantar e cruzou a linha de chegada quase um minuto depois das concorrentes.
BRASIL, O PAÍS DA BOCHA?
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A bocha é um esporte sem grande visibilidade no Brasil, fato que se agrava ainda mais quando é disputado por atletas paraolímpicos. Mas basta ver o quadro de medalhas da Paraolimpíada de Londres para descobrir que o país teve o melhor desempenho entre todos os participantes. Foram três medalhas de ouro e uma de bronze. Maciel Santos e Dirceu Pinto subiram no lugar mais alto do pódio nas classes BC2 e BC4, que também teve Eliseu dos Santos, respetivamente. E o terceiro ouro veio nas duplas da classe BC4, com Dirceu e Eliseu, que já haviam realizado o feito em Pequim, em 2008.
FUTEBOL DE CINCO CONFIRMA HEGEMONIA E LEVA O TRI PARAOLÍMPICO
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Se a seleção brasileira de futebol comandada por Mano Menezes não empolga, o selecionado verde e amarelo do futebol de cinco não decepcionou na Paraolimpíada. Grande favorito ao lugar mais alto do pódio, o time venceu a França por 2 a 0 na final e conquistou a terceira medalha dourada consecutiva do esporte. Os grandes destaques da campanha brasileira foram Bill, Jefinho e o goleiro Fabio, que brilhou na disputa por pênaltis na semifinal contra a Argentina.
PIONEIRO NORTE-COREANO FICA EM ÚLTIMO, MAS MIRA RIO-2016
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Ju Song Rim foi o último nadador na sua bateria a bater na borda da piscina após nadar os 50 m da categoria S6 dos Jogos Paraolímpicos de Londres, mas sua participação na competição está longe de ser um fracasso. Tudo porquê ele é o primeiro atleta da Coreia do Norte a disputar uma Paraolimpíada e fez história mesmo tendo ficado 17 segundos atrás do melhor nadador da prova. O resultado ruim não desanima o nadador, que planeja competir na Paraolimpíada do Rio.
MÚSICA BRASILEIRA TRAZ ALEGRIA PARA O ENCERRAMENTO EM LONDRES
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A participação do Brasil, país-sede dos próximos Jogos Paraolímpicos, na cerimônia de encerramento em Londres foi marcada por muita música e pelo tema dos Jogos no Rio de Janeiro em 2016: a alegria. Participaram da apresentação o vocalista da banda Paralamas do Sucesso e cadeirante Hebert Viana, Carlinhos Brown e os atletas paraolímpicos Daniel Dias e Ádria Santos.