"Ele sabe que a fama é momentânea", diz técnico de Zanetti após tratamento de ídolo
Rafael Krieger
Do UOL, em São Caetano do Sul
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Junior Lago/UOL
Arthur Zanetti posa ao lado de seu técnico, Marcos Goto, durante desfile em carro dos Bombeiros
Após voltar de Londres com a primeira medalha de ouro da história da ginástica artística brasileira, Arthur Zanetti se surpreendeu com a recepção de ídolo que teve no Brasil. Mas o técnico disse não temer que a fama se transforme em pressão na hora de competir.
“Não vai interferir. Ele já ganhou medalha em vários Mundiais, já está acostumado. O caráter de uma pessoa não vai mudar assim. Ele tem berço, tem família. Ele tem consciência de que a fama é momentânea”, declarou o treinador Marcos Goto ao UOL Esporte.
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Zanetti passou a noite no avião, mas foi obrigado a ficar acordado mais algumas horas para desfilar pelas ruas de São Caetano do Sul. Durante a carreata e a recepção no ginásio onde treina, o campeão sempre esteve acompanhado pelo técnico, seu parceiro há 14 anos.
Depois de deixar Zanetti sair para descansar, o técnico disse que já esperava a comemoração em sua cidade. “Essa aqui é a nossa casa. Geralmente os entes queridos te esperam em uma situação dessas. Todo mundo que está aqui faz parte da nossa família”, disse Goto apontando para as instalações do ginásio da Agith, que foi construído para ser uma quadra de futsal e hoje abriga o centro de treinamento da ginástica artística em São Caetano.
Mas a festa pelo ouro começou já no aeroporto, com uma aglomeração de fãs, familiares e jornalistas no terminal de desembarque. O treinador admitiu que não estava preparado para uma recepção de astro logo na chegada.
“Não somos celebridades, para a gente tudo isso é novo”, comentou Goto sobre a repercussão da conquista. Agora, o objetivo é repetir o feito em 2016, no Rio de Janeiro, e encarar a pressão de competir em casa. Nada que assuste o treinador.
“A pressão já é nossa, convivemos com ela. Se tem alguém que pode pressionar ele sou eu, o treinador. Pressão mesmo quem vai sofrer vai ser o país, as confederações. Temos poucos ícones no esporte, e se espera muito de todos eles”, concluiu.