Trajetória meteórica leva Arthur Zanetti do anonimato ao topo da ginástica em um ano

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • Flávio Florido/UOL

    Arthur Zanetti beija medalha de ouro conquistada na argola nos Jogos de Londres

    Arthur Zanetti beija medalha de ouro conquistada na argola nos Jogos de Londres

Na última década, o Brasil torceu por Daniele e Diego Hypolito, Daiane dos Santos ou Jade Barbosa. Atletas que deram esperança ao público em um esporte pouco popular no país. Foram conquistas de Copa do Mundo, Pan-Americanos e Mundiais. Mas que nunca se transformaram em glórias olímpicas. Até esta segunda. Um ano após aparecer com destaque pela primeira vez na carreira, Arthur Zanetti coroou sua carreira meteórica com uma medalha olímpica, de ouro, maior feito da ginástica brasileira na história.

 A vitória dá ao paulista de São Caetano do Sul exatamente aquilo que faltou aos seus antecessores. Daniele Hypolito foi a primeira a conseguir resultados internacionais. Daiane adicionou carisma ao esporte, tornou-se uma das atletas mais queridas no Brasil e conquistou o primeiro Mundial. Mas falhou em Atenas, em 2004, quando era favorita.

Diego Hypolito foi quem mais conseguiu resultados ao longos dos anos. Bicampeão mundial, tricampeão da Copa do Mundo, foi a Pequim, em 2008, mas deixou a medalha escapar por um tombo marcante. Jade Barbosa, a grande promessa da ginástica desde 2007, esbarrou em lesões e problemas fora do ginásio. Dois bronzes em campeonatos mundial são as únicas testemunhas de seu potencial.

Arthur foi diferente. Seu primeiro grande resultado na seleção adulta de ginástica foi em 2009, na mesma North Greenwich Arena que nesta segunda o colocou no topo do pódio olímpico. Naquela ocasião, foi quarto colocado na prova das argolas do Mundial de Ginástica de Londres.

Dois anos depois, no entanto, ele iria mais longe. Em Tóquio, em 2011, foi medalha de prata nO Mundial, uma semana antes de ir a Guadalajara ajudar a equipe masculina a conquistar um inédito ouro por equipes. Zanetti entrava, de vez, no rol de atletas brasileiros candidatos a medalha em Londres.

Para saltar da prata para o lugar mais alto do pódio, precisava aumentar a dificuldade de sua série e se aproximar do chinês Chen Yibing, campeão mundial, seu grande rival no aparelho e vice-campeão olímpico. No começo de junho, deu uma mostra de que já estava perto. Em uma etapa da Copa do Mundo de Ghent, na Bélgica, Arthur foi campeão recebendo uma nota 15.925, a maior de sua carreira, que lhe colocava em condições de ganhar as Olimpíadas. Nesta segunda-feira, 15.900 bastaram para o ouro.

BRASIL CONQUISTA OURO INÉDITO NA GINÁSTICA:

  • Arthur Zanetti, de 22 anos, finalmente colocou o Brasil no mapa da ginástica artística em Olimpíadas. Com uma apresentação quase perfeita, o atleta paulista somou 15.900 pontos na final das argolas desta segunda-feira em Londres, bateu o favorito chinês Yibing Chen e conquistou o ouro, a primeira medalha da história do país nesta modalidade em Jogos Olímpicos.

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FIRME E FOCADO, ZANETTI LEVOU OURO MESMO SEM CRAVAR A SAÍDA

RESULTADO DA FINAL MASCULINA DAS ARGOLAS

Brasileiros em Londres - dia 10
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