Novato de 35 anos do Niger vira sensação no remo: 'fiquei feliz de não virar o barco'

Do UOL, em São Paulo

Hamadou Djibo Issaka, do Niger, virou sensação na disputa do remo nesta terça-feira, durante os Jogos Olímpicos de Londres. Um novato na modalidade, ele se tornou aquele famoso herói improvável que surge de tempos em tempos: um atleta sem condições de vencer, mas que conquista a torcida na superação.

Aos 35 anos, Issaka estreou em uma Olimpíada após apenas três meses de treinos. Um convite do Comitê Olímpico Internacional o garantiu nos Jogos, em uma política da entidade para dar vagas a todos os países, apesar de ele saber que não teria chances de lutar por bons resultados.

Na primeira vez que remou em sua vida, Issaka subiu em um barco de pesca, de madeira. E o virou.

“Eu não tenho técnica. Só treino há três meses. Quando cheguei para a largada, fiquei feliz simplesmente por não deixar o barco virar”, afirmou ele, à Reuters. “Não foi difícil chegar ao final, mas muitas pessoas me encorajaram e eu tive forças para acabar a prova.”

Durante o percurso, nesta terça-feira, os quase 20 mil espectadores se levantaram para acompanhar o esforço do remador, que foi inscrito em três provas. Até o narrador mandou forças para pelo sistema de som, na esperança de que ele completasse o percurso de 2 quilômetros com melhor tempo que o anterior. Ainda assim, ele foi 28 segundos pior.

  • AFP

Issaka sequer tem equipamentos para os treinos em seu país. Ele teve de viajar para fora do Niger - na África Central - para estes três meses de treinos. “No momento, não temos nenhum barco, mas devem chegar quatro no próximo mês”, explica.

Com eles, a meta é uma só: repetir a experiência olímpica daqui a quatro anos, no Rio-2016, mas com um resultado bem diferente. “Com o tempo e com os anos, vou conseguir aprender a técnica necessária”, garante o remador. Aguardamos para ver nos Jogos do Brasil.

Crianças na torcida olímpica
Crianças na torcida olímpica

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