O Brasil se prepara para disputar a sua 21ª Olimpíada na história com o recorde de participantes, modalidades e com um forte sotaque paulista. Dos 278 atletas, cada um com um perfil especial feito pelo UOL Esporte, 92 deles nasceram no estado mais populoso da nação.

O número representa 33,1% da delegação e um aumento da influência paulista. Em Atenas-2004, o país teve 81 de seus 247 competidores nascidos em São Paulo, equivalendo a 32,8%. A representação paulista em 2008 é maior, por exemplo, do que a delegação que o Brasil enviou em dez edições olímpicas (Antuérpia-1920, Paris-1924, Los Angeles-1932, Londres-1948, Melbourne-1956, Roma-1960, Tóquio-1964, Cidade do México-1968, Munique-1972 e Montreal-1976).

E o domínio não é proporcionado pela capital, mas sim pelas cidades do interior e da Grande São Paulo. São Paulo cederá 38 dos 92 atletas do estado. Outros municípios como São Bernardo do Campo, Limeira e Ribeirão Preto estão entre os 15 que mais terão representantes na China.

Apesar do domínio, os paulistanos têm poucos dos atletas considerados favoritos ao pódio. A dupla de velejadores Robert Scheidt e Bruno Prada, campeões mundiais da classe Star em 2007, e as jogadoras de vôlei Mari, Fofão e Rodrigão são as maiores esperanças. O jogador de futebol Jô e o cavaleiro Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, são outros cidadãos paulistanos que chegam a Pequim com chances de trazerem medalhas.

Após São Paulo, o Rio de Janeiro é o estado e também a cidade com mais atletas na equipe brasileira. Serão 29 cariocas em Pequim, com nomes como a ginasta Jade Barbosa, o jogador de vôlei Marcelinho e o jogador de futebol Marcelo, que colocam o município onde fica a sede do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) à frente das capitais Porto Alegre (15 atletas), Belo Horizonte (14), Brasília (11), Salvador (10), Curitiba (6) e Recife (6).

Ao mesmo tempo, a apuração dos 278 perfis mostra que o número de atletas estrangeiros na delegação caiu em relação a 2004. Em Pequim, o país terá três competidores nascidos fora de suas fronteiras: a velocista Rosângela Cristina dos Santos, do atletismo, e a velejadora Patrícia Freitas vieram de Washington, nos EUA, enquanto o cavaleiro Rodrigo Pessoa, do hipismo, é proveniente de Paris, na França.

Há quatro anos, o Brasil contou com Pessoa e mais quatro "forasteiros": os canoístas Sebastián Cuattrín (de Buenos Aires, Argentina) e Sebastian Szubski (Bydgoszcz, da Polônia), o judoca Flávio Canto (Oxford, Inglaterra) e a pentatleta Samantha Harvey (Nova York, EUA). Se três atletas nasceram fora, os estados de Tocantins, Acre, Amapá, Rondônia e Roraima não terão representantes. Coincidência ou não, todos da região Norte do país.

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