Campeão olímpico na prova das argolas da ginástica artística, o brasileiro Arthur Zanetti ainda vive o êxtase provocado pela medalha de ouro em Londres, apesar de seu perfil de discrição. O jovem de 22 anos concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira e afirmou que “a ficha ainda não caiu” sobre a conquista. No entanto, já consegue projetar lidar com pressão para o ciclo de 2016, nos Jogos do Rio de Janeiro.

Zanetti declarou que não pensa em descansar na volta ao Brasil, em razão do calendário de competições locais até o final do ano. O campeão olímpico, no entanto, disse que espera não entrar num modelo de pressão nacional para a repetição do feito daqui a quatro anos.

“O objetivo é levar uma equipe completa em 2016. Com mais atletas, as chances de chegar em finais e de conseguir medalhas vai aumentando”, declarou Zanetti.

“Mas não vou querer defender, quero vir para 2016 para fazer o meu melhor. Se passar para a final, quero fazer a minha parte. A medalha vai ser uma consequência”, acrescentou o ginasta de São Caetano do Sul.

O técnico de Zanetti também manifestou a expectativa de que o trabalho para o Rio de Janeiro não comece com padrões de pressão no país, em experiência que ginastas como Daiane dos Santos e Diego Hypólito já vivenciaram.

“A gente sabe que vai lidar com uma pressão muito grande para 2016, ficamos em 10º no masculino [individual geral, com Sérgio Sasaki]. Mas o Arhtur não precisa provar mais nada para ninguém”, manifestou Marcos Goto.

Na conversa desta terça, o medalhista de ouro relatou ainda o momento na adolescência em que pensou em deixar a ginástica. “Pensei em parar, entre os 14 e 15 anos, na passagem do infantil para o juvenil. Mas é uma fase passageira, todo ginasta passa. Tive uma lesão no ombro e consegui voltar mais forte fisicamente e psicologicamente”, contou.

O brasileiro Arthur Zanetti conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Londres na última segunda-feira, com o desempenho de 15.900 pontos na apresentação final, derrubando o favoritismo do chinês Yibing Chen. O ginasta do país havia registrado uma pontuação mais baixa na etapa eliminatória (15.616) e admitiu que guardou o melhor de seu repertório para a decisão.

Antes do ouro em Londres, Zanetti tinha como resultados mais expressivos da carreira a quarta colocação no Mundial de 2009, também na arena de North Greenwich em Londres, e o segundo lugar no Mundial do Japão em 2011.