Isinbayeva fracassa na tentativa do inédito tricampeonato e é bronze no salto com vara em Londres

Do UOL, em São Paulo*

  • REUTERS/Dylan Martinez

    Isinbayeva sorri após receber um buquê de flores ao terminar em 3º na final do salto com vara em Londres

    Isinbayeva sorri após receber um buquê de flores ao terminar em 3º na final do salto com vara em Londres

Os últimos anos foram complicados para Yelena Isinbayeva. Resultados pífios, um período sabático e uma troca de técnico tiraram a russa dos holofotes. Nesta segunda-feira, ela fracassou. Na final do salto com vara, a bicampeã olímpica ficou apenas na terceira colocação. As responsáveis por encerrar a supremacia da russa foram a americana Jennifer Suhr, que ficou com o ouro, e a cubana Yarisley Silva, medalha de prata nos Jogos de Londres.

Michael Phelps reinou na água. Usain Bolt, foi o monarca na terra. No ar, Isinbayeva poderia se tornar a primeira mulher a conquistar um tricampeonato olímpico na mesma prova no atletismo. Mas os feitos de Atenas-2004 e Pequim-2008, quando o ouro veio com direito a recordes mundiais, não foram repetidos.


Na final em Londres, Isinbayeva queimou a sua primeira tentativa de superar 4,55 m. Passou com facilidade os 4,65 m e 4,70 m, mas, depois, não acertou mais nenhum salto. Falhou em duas oportunidades a 4,75 m e, para seguir na disputa, tentou 4,80 m, mais uma vez, sem sucesso.

Assim, a disputa pelo ouro ficou entre Suhr (mudou o sobrenome em 2010, trocando Stuczynski para Suhr, quando casou com seu técnico, Rick Suhr) e Silva. Ambas pararam nos 4,75 m, mas a norte-americana, prata em Pequim-2008, conquistou o ouro por ter alcançado a marca antes da cubana, campeã pan-americana nos Jogos de Guadalajara-2011.

MURER: CHANCES REAIS DE OURO

  • Lalo de Almeida/ Folhapress

    Fabiana Murer tinha chances reais de medalha nos Jogos. Basta ver os resultados da brasileira, que parou nas eliminatórias e afirmou que o vento a atrapalhou em Londres. Sua melhor marca é 4,85 m, recorde sul-americano. Se repetisse o desempenho no evento londrino, seria ouro.

Esta é a segunda vez que Isinbayeva não fica com o ouro nas Olimpíadas. Ela estreou em Sydney-2000, justamente quando a prova foi incluída no programa olímpico. Ali, aos 20 anos, ela parou ainda na primeira fase. A norte-americana Stacy Dragila conquistou o primeiro ouro da história dos Jogos. Depois, só havia dado a russa.

Isinbayeva sem ouro
Os feitos em Atenas e Pequim já teriam peso histórico apenas pelas vitórias, mas, em ambas as edições, a saltadora foi além e quebrou recordes mundiais. Entre 2004 e 2009, ela foi praticamente imbatível na prova. Em 28 de agosto de 2009, saltou 5,06 m na etapa de Zurique da Liga de Ouro, registrando o último de seus 17 recordes mundiais. Depois disso, veio a queda.

O principal motivo para o declínio foi a falta de motivação. "As coisas ficaram entediantes. Sempre as mesmas adversárias, as mesmas competições, as vitórias, o hino da Rússia e novamente eu era a melhor. O que me machucava era ver que ninguém mais prestava atenção no salto com vara, e eu achava que eu podia saltar mais alto que as minhas rivais com um pé só, sem problema", disse.

No Mundial de Berlim, em 2009, ela errou as suas três tentativas da noite e perdeu a primeira disputa de um evento relevante desde 2004. No ano seguinte, resolveu fazer uma pausa da carreira, com direito a meses de descanso, festas e muito sol em Monte Carlo. "Pensei: 'Como é chato ser uma pessoa normal'. Todos os dias eram iguais. Eu achava estranho não sentir dores musculares. Uma noite, me olhei no espelho e pensei: 'Meu Deus, como estou gorda'."

Isinbayeva, então, começou a ensaiar um retorno. Em março do ano passado, deixou o técnico Vitaly Petrov, que também trabalhou com a brasileira Fabiana Murer, e voltou a trabalhar com seu primeiro professor, Yevgeny Trofimo. Recuperou a força e, principalmente, a confiança. Neste ano, quebrou o recorde mundial indoor no Meeting de Estocolmo e conquistou o título mundial em pista coberta em Istambul. Em estádio aberto, participou de três competições, sem nenhum resultado empolgante.

Em Londres, sua participação era uma incógnita. O nome Isinbayeva botava medo, mas os últimos resultados, nem tanto. Na final, mesmo sem a presença de suas principais rivais nos últimos anos (a russa Svetlana Feofanova, a brasileira Fabiana Murer e a polonesa Monika Pyrek pararam nas eliminatórias), o caminho para o tricampeonato, na teoria, ficaria mais facilitado. Não ficou. Dessa vez, as Olimpíadas não acabaram douradas para a russa.

"YELENA ISINBAYEVA FOI A DECEPÇÃO DA PROVA"

FINAL FEMININA DO SALTO COM VARA

  • Arte/UOL

*Atualizada às 17h42

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