Com status de top five, handebol vira alvo do assédio e se coloca como candidato a medalha
José Ricardo Leite
Enviado especial a Londres
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Flavio Florido/UOL
A pivô Dara continua com os exercícios durante treinamento para os Jogos Olímpicos
O discurso em participações anteriores era o de aprendizado e busca de evolução para competições seguintes. Agora, o objetivo da seleção feminina de handebol mudou, junto com o assédio da imprensa.
O quinto lugar no Mundial realizado em São Paulo, no ano passado, e o bom desempenho em amistosos contra grandes equipes na preparação para os Jogos fez com que o status da equipe desse um grande salto.
Nas três participações anteriores, pouco se falava do time que perdia facilmente das equipes europeias. Agora, grande número de jornalistas para acompanhar o treino e expectativas maiores.
“Depois do Mundial, realmente o assédio do público foi bem maior. Em função, disso as pessoas passaram a acompanhar mais o nosso trabalho”, falou a jogadora Dara.
O time jogou pela primeira vez uma Olimpíada em 2000, caindo na primeira fase. Em 2004, ficou na sétima colocação. Em 2008, caiu duas posições.
Agora, com status de top five, o elenco não hesita em se colocar como um candidato ao pódio.
“[Comparado] com edições anteriores, agora temos mais chances, com certeza, também em relação a experiência. O grupo vem com muita experiência, bem trabalhado. Pensar em medalha? Claro que eu penso, o trabalho vem sendo feito para isso. Terminou o Mundial e ele [Morten Soubak, técnico] falou ´agora é Londres´. Temos consciência de que das 12 equipes, 11 têm chance de medalha”, falou Dara.
Soubak, citado pela jogadora, também não fugiu da responsabilidade e disse que o time agora pensa em pódio. “Concordo com a fala da Dara. Estamos aqui para brigar. Ninguém está se matando só para participar. Estamos para brigar. Não somos favoritos e nem temos a mesma história de alguns outros. Mas tenho certeza e temos equipe focada e preparada para essa competição. Espero que tenhamos mais forme que as adversárias”, falou.
“Estamos evoluindo passo a passo e acredito que estamos com uma equipe que possa brigar com as melhores durante a Olimpíada. Teve países e seleção de ponta [que foram vencidos], isso dá confiança.”
O time brasileiro venceu em sua preparação fortes seleções, como Suécia e Holanda.
O Brasil estreia na competição contra a Croácia, no ginásio Cooper Box, às 10h30 (de Brasília), no sábado. Montenegro, Rússia, Grã-Bretanha e Angola completam o Grupo A. Já o Grupo B terá Suécia, Noruega, Espanha, Dinamarca, França, Suécia e Coreia do Sul.
Os quatro primeiros times de cada grupo passam para a segunda fase e se enfrentam nas quartas de final.