Nadia Comaneci (Romênia)
Com apenas 14 anos, 1,50 m e 35 kg, a jovem Nadia Comaneci cravou seu nome na história da ginástica artística em Montreal. As atuações precisas e cheias de graça da prodígia romena deixaram os árbitros embasbacados e lhe renderam três medalhas de ouro.
Nadia triunfou nas barras assimétricas, na trave e, à frente de outras 85 ginastas, no individual geral (que reúne as provas de salto sobre o cavalo, barras assimétricas, trave e solo). Ela recebeu a nota 10 dos jurados, pontuação máxima e até então inédita a uma ginasta na história dos Jogos. E não foi somente um 10, foram sete.
Além disso, Nadia foi a melhor ginasta da equipe da Romênia, que levou a medalha de prata, perdendo apenas para a União Soviética. Por fim, ainda alcançou o bronze no solo. A exuberante apresentação valeu à pequena ginasta o título de "Rainha de Montreal". Quando retornou ao seu país, o governo romeno lhe deu a medalha de Heroína Socialista do Trabalho.
A atleta, ainda uma criança, não sabia o que fazer diante de tantas câmeras e flashes. Quando questionada sobre sua maior vontade após o triunfo olímpico, Nadia respondeu timidamente: "Voltar para casa".
Adulta, Nadia triunfa novamente
Quatro anos depois, nos Jogos de Moscou-1980, Nadia foi à sua segunda Olimpíada, então aos 18 anos. Em 1980, Nadia disputou essa competição de um modo bem diferente, a começar pelo visual, com cabelos mais curtos.
A romena conquistou o bicampeonato olímpico na trave e também venceu a disputa do solo. No individual geral, ficou por 0,75 ponto atrás da soviética Yelena Davydova (79,150 pontos) e obteve a medalha de prata, além de integrar novamente a equipe romena, que ficou na segunda colocação.
Nadia Comaneci já era sinônimo de ginástica ao redor do mundo. E, apesar do retorno olímpico em grande estilo, agora na maturidade, ganhou também muita atenção na prova das barras assimétricas, em que fez uma exibição desastrosa e acabou aos prantos.
Nove anos depois, atravessou andando a fronteira entre Hungria e Romênia para fugir de seu país. De lá, foi para Viena, na Áustria, e pediu asilo político nos Estados Unidos. Em 1993, a ex-ginasta separou-se do também fugitivo Constantin Panait, acusando-o de mantê-la presa em casa. Pouco tempo depois, Nadia foi para o Canadá e casou-se com o ex-ginasta norte-americano Bart Conner, ouro nos Jogos Olímpicos de 1984.
Outros destaques
- Kornelia Ender (Alemanha Oriental)
A nadadora ganhou quatro medalhas de ouro e uma prata; entre duas delas, teve um intervalo de apenas 30 minutos. A alemã ganhou os 100 m borboleta e em seguida venceu os 200 m livre. Kornelia também levou o ouro nos 100 m livre e no quarteto do revezamento 4 x 100 m medley.
- Alberto Juantorena (Cuba)
Apelidado de "O Cavalo", Juantorena foi o primeiro atleta a ganhar os 400 m e os 800 m do atletismo em uma Olimpíada. O cubano, um especialista nos 400 m, decidiu competir nos 800 m para ganhar resistência. Em Montreal, Juantorena venceu com novo recorde mundial.