O dia do retorno ao Brasil, nesta quarta-feira, foi de agradecimentos. Após a conquista do inédito ouro olímpico da seleção brasileira feminina de vôlei, o técnico José Roberto Guimarães fez questão de enaltecer o empenho das famílias e o trabalho de todos os que participaram da preparação do time. Na lista está a psicóloga Sâmia Hallage Figueiredo.
Embora tenha destacado o desempenho da profissional, o treinador minimizou a interferência direta no resultado final dos Jogos Olímpicos de Pequim. "O fato de ter uma psicóloga foi muito benéfico e uma decisão muito acertada, mas não podemos dizer que foi só isso. Ela nos ajudou muito, mas já havia a preparação e estávamos engasgados", afirmou.
Sâmia Hallage Figueiredo iniciou o trabalho com a seleção feminina neste ano visando as Olimpíadas na China. Mesmo após o veto do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), a equipe conseguiu levá-la para Pequim.
"Nunca me senti tão tranqüilo. O time estava se comportando muito bem. Quando você vê uma maior movimentação do que dos adversários, você sabe que é uma questão de tempo. Temi pelo tie-break, mas sabia que a bola ia cair", contou Zé Roberto.
O medo do treinador tinha um histórico. Após o quarto lugar em Atenas-2004, quando a seleção perdeu a chance de ir à final após estar vencendo o quarto set por 24-19, a equipe ainda amargou o vice-campeonato Mundial ao perder para a Rússia, também de virada. O pesadelo aumentou em 2007, ano em que a equipe desperdiçou seguidos match points e ficou com a prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, ao perder para Cuba.
O fantasma do 'quase' parece ter sido completamente superado e, no retorno ao Brasil, Zé Roberto lembrou do apoio das confederações, técnicos de clubes, patrocinadores, comissão técnica, além das jogadoras. O discurso incluiu ainda os familiares e o presidente da CBV (Confederação Brasileira de Voleibol), Ary Graça.
"Ele me ajudou em todos os sentidos, inclusive me bancando em algumas situações difíceis e de pressão nesta longa caminhada", afirmou.