UOL Olimpíadas 2008 Notícias

26/08/2008 - 18h28

'Possível' herói da final, oposto Anderson minimiza poder de decisão

Roberta Nomura
Em Guarulhos (SP)
A derrota para os norte-americanos na final dos Jogos Olímpicos de Pequim ainda não foi digerida pela seleção brasileira masculina de vôlei. Na primeira entrevista concedida em território nacional, nesta terça-feira, o técnico Bernardinho atentou para o fato de não poder contar com Anderson como opção no banco de reservas, já que o oposto se recuperava de torção no tornozelo. Mas o veterano jogador minimizou seu poder de decisão nas partidas.

"O que ninguém falou foi sobre a falta que fez o Anderson na final. Com o André Nascimento muito marcado, nós precisávamos dele", explicou o técnico. O Brasil perdeu para os Estados Unidos por 3 sets a 1, de virada, na disputa pelo ouro. Com o triunfo, os norte-americanos confirmaram a condição de maior algoz da era Bernardinho, com oito vitórias sobre os brasileiros desde que o treinador assumiu a seleção em 2001.

"Infelizmente o Anderson não estava em condições e o grupo sentiu a dificuldade de inversão [quando o treinador troca os opostos pelos levantadores]", analisou o titular André Nascimento. O veterano costuma ser utilizado pelo técnico Bernardinho ao final dos sets, mas com uma entorse no tornozelo esquerdo Anderson ficou de fora dos jogos das quartas-de-final, semi e final.

Com André Nascimento muito marcado pelo bloqueio norte-americano, o técnico Bernardinho arriscou, colocando o ponteiro Murilo no lugar do oposto. Mesmo com as alterações, a equipe brasileira saiu derrotada e fechou o vitorioso ciclo olímpico com a prata.

"Mas não adianta pensar no 'se'. Mesmo se não tivesse machucado, podia acontecer a mesma coisa. Não sei o que eu poderia ter feito na hora e nunca vamos saber. O momento foi aquele e temos que aceitar", disse Anderson.

Aos 34 anos, o oposto não vestirá mais a camisa da seleção brasileira. "A derrota é ainda mais frustrante porque é minha despedida. Seria meu último jogo. A gente sempre pensa na bola que poderia ter virado, é tudo muito doído. Mesmo com a prata, sabemos que não foram quatro anos jogados fora porque chegamos a duas finais olímpicas."

Pela seleção brasileira, Anderson conquistou o ouro em Atenas-2004, venceu seis vezes a Liga Mundial (2001, 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007) e conquistou dois Mundiais (2002 e 2006). Duas vezes campeão de Copas do Mundo (2003 e 2007), o oposto ainda levou o ouro no Pan do Rio, em 2007, além de ter quatro títulos sul-americanos, um da Copa América (2001) e um da Copa dos Campeões (2005).

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