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Duelo entre Brasil e EUA nas finais tem uma vitória para cada

Confira as tabelas completas dos Jogos

26/08/2008 - 09h37

Com holofotes em dois países, vôlei consagra ascensão de veteranos e ouro inédito do Brasil

Do UOL Esporte

Em São Paulo

O embate do vôlei nos Jogos Olímpicos de Pequim terminou protagonizado por apenas dois países. Com uma vitória para cada lado, Brasil e Estados Unidos centralizaram as atenções nas finais, que marcaram o fim de um ciclo da melhor geração do vôlei masculino brasileiro e a redenção da equipe feminina, anteriormente estigmatizada pelo 'quase'.

Embora tenham obtido resultados ruins em comparação com Atenas-2004, duas potências mundiais podem comemorar o ressurgimento nos Jogos de Pequim. Medalhistas na Grécia, a seleção feminina de Cuba e o time masculino da Itália sofreram durante o período entre Olimpíadas, mas encerraram a participação na China como a quarta força do vôlei.

Os italianos não deram continuidade ao trabalho que resultou na prata olímpica de Atenas. No últimos quatro anos, a equipe amargou resultados modestos como o quinto lugar no Mundial de 2006, o sexto lugar no Campeonato Europeu de 2007, além de não ficar entre os cinco primeiros nas últimas três edições da Liga Mundial. A queda só não foi pior porque no último momento, os europeus conseguiram a vaga olímpica –quase perdida para a seleção japonesa.

Mesmo com o retrospecto negativo recente, os italianos terminaram a primeira fase dos Jogos com a segunda melhor campanha do Grupo A, atrás apenas dos campeões norte-americanos. Nas quartas-de-final, eliminaram a Polônia, mas pararam diante da seleção brasileira na semifinal. Na disputa pelo bronze, foram derrotados pelos favoritos russos.

A história se repete no feminino com Cuba. Tricampeã olímpica (1992, 1996 e 2000), as eternas rivais das brasileiras foram bronze em Atenas-2004, mas desde então lutam para se reerguer no cenário mundial. Sem subir ao pódio das principais competições, as cubanas ficaram em quarto nos Jogos de Pequim e repetiram o resultado obtido na Copa do Mundo de 2007 e nos Grand Prix de 2005 e 2006. Cuba ainda obteve modestos sétimos lugares no Mundial de 2006 e no Grand Prix do ano passado.
GIGANTES RESSURGEM NOS JOGOS

A supremacia na modalidade também marcou o retorno de uma potência dos anos 80 e início da década de 90 ao cenário mundial. Campeões olímpicos em Los Angeles-1984 e Seul-1988, além do bronze em Barcelona-1992, os norte-americanos voltaram ao lugar mais alto do pódio com uma equipe de veteranos, após o nono lugar em Atlanta-1996, o 11º em Sydney-2000 e o quarto em Atenas-2004.

Sem a mesma força dos homens, as norte-americanas desbancaram favoritas como Itália e Cuba para repetir o melhor desempenho em Jogos Olímpicos: a prata obtida em Los Angeles-1984.

Com apenas um set perdido ao longo da competição, o time comandado por José Roberto Guimarães se livrou do rótulo de 'amarelão' ao conquistar o inédito ouro olímpico, com a vitória por 3 sets a 1 sobre os EUA na final.

O título encerra o trauma de uma seleção considerada uma potência, mas que na hora de decidir sentia a pressão. Foi assim em Atenas, quando o Brasil perdeu a chance de ir à decisão após sucessivos erros (ganhava o quarto set por 24-19). A história se repetiu no Mundial de 2006 e a Rússia virou novamente para cima das brasileiras, desta vez, na final. O drama aumentou nos Jogos Pan-Americanos de 2007. O time desperdiçou uma série de match points e, ao perder para as eternas rivais cubanas, teve que se contentar com a prata em casa.

"Sabia que aquela bola iria cair. E ela acabou caindo quatro anos depois, aqui em Pequim. Fico feliz em ganhar esta medalha de ouro que a gente estava devendo", afirmou o técnico Zé Roberto, após a conquista.

Se para as mulheres a China trouxe a redenção, para os homens Pequim ficará marcada como o fim de uma era vitoriosa. A derrocada ocorreu diante do maior algoz dos brasileiros desde que o técnico Bernardinho assumiu a seleção em 2001. Com a vitória na final dos Jogos, os EUA somam oito triunfos, sendo dois neste ano - o primeiro na semifinal da Liga Mundial.

Comandados pelo oposto Stanley e levantador Ball, os norte-americanos venceram, de virada, por 3 a 1, e impediram que o Brasil se tornasse o primeiro país a conquistar dois títulos olímpicos e dois mundiais, na seqüência.

Ouro em Atenas-2004 e campeões dos Mundiais de 2002 e 2006, os brasileiros não sabiam o que era ficar fora do pódio até a última edição da Liga Mundial, quando terminaram em quarto. Em 28 competições disputadas desde que Bernardinho iniciou o trabalho na equipe masculina, esta é a quinta vez que a seleção amarga o segundo lugar, a última havia sido na Copa América de 2007. Ao todo, são 21 títulos conquistados no período.

O ciclo olímpico da seleção masculina termina com as aposentadorias confirmadas do meio-de-rede Gustavo e do oposto Anderson. A ascensão norte-americana também será marcada pela despedida de um de seus principais jogadores. Lloyd Ball, de 36 anos, deve dar adeus ao time nacional dos EUA.

Com um time de veteranos, os norte-americanos curtem uma repentina guinada rumo ao topo. Nos últimos quatro anos, o melhor resultado obtido pelos Estados Unidos nas principais competições (sem contar o título da Liga de 2008) foi o vice na Copa dos Campeões de 2005, vencida pelo Brasil. No ano passado, a equipe alcançou um terceiro lugar na Liga Mundial e terminou na quarta colocação na Copa do Mundo, ambos os títulos conquistados pelos brasileiros. A campanha recente dos atuais campeões olímpicos inclui ainda dois modestos décimos lugares no Mundial e na Liga, disputados em 2006.

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