A ponteira Jaqueline foi o grande nome da seleção brasileira de vôlei na decisão olímpica neste sábado, em Londres, na partida contra os Estados  Unidos, que garantiu o bicampeonato à equipe. Mas, para chegar até a glória contra as americanas, a jogadora teve de superar uma série de problemas, como uma fratura na coluna cervical e a perda de um bebê, ambos em 2011.

"A gente teve uma historia muito bonita. Se pedisse para o Woody Allen fazer um filme, nem ele conseguiria. A gente não saiu do buraco à toa. Depois do primeiro set a gente falava: 'vamos lutar'. É uma emoção que não tem como dizer. São coisas que só a gente sabe o que passamos", desabafou Fabi, um dos destaques da campanha vitoriosa em Londres. 

"Foi difícil, por tudo o que eu passei. A pancada na cervical, a perda do bebê, o ligamento do meu joelho, mas em nenhum momento eu desisti. No meu último ataque eu ergui as mãos e agradeci a Deus. Eu sabia de tudo o que eu tinha passado, e isso me fez aprender muita coisa. Aprendi a dar valor a tudo, à família, aos amigos, à vida", afirmou a jogadora, autora de 18 pontos no duelo. 

No primeiro set da  partida, a oposto Sheilla, normalmente principal jogadora de ataque da seleção, não estava conseguindo pontuar. Jaqueline, então, chamou a responsabilidade e passou a ser a mais acionada pela levantadora Dani Lins, percebendo o bom momento da atleta no duelo. 

Curiosamente, Jaqueline não vinha com bom aproveitamento no ataque até a decisão nos Jogos Olímpicos. Na defesa, seu ponto forte, ela vinha se destacando, dando consistência à equipe especialmente desde as quartas de final, no histórico jogo contra a Rússia.

""A gente orava todos os dias. Sabia que Ele iria nos ajudar. Eu não tinha atacado muito bem até agora, mas hoje deus me abençoou. No meio do jogo a Dani Lins falava para mim que eu estava muito bem e eu estava abençoada mesmo", comemorou.