Fabi diz que desabafo foi para rivais, releva críticas e não descarta ir até 2016
Gustavo Franceschini
Do UOL, em Londres (Inglaterra)
-
Getty Images
Fabi, líbero da seleção brasileira, chora após a conquista do bicampeonato olímpico
Tão logo acabou o jogo que deu o segundo título olímpico ao Brasil, a líbero Fabi foi flagrada pela câmera oficial muito emocionada, botou o dedo nos lábios e soltou um “cala a boca”. Mais calma, ela explicou que o recado estava endereçado às rivais, que teriam menosprezado a seleção verde-amarela a caminho da decisão.
“As pessoas questionaram muito. Os outros times também, mas a seleção brasileira é assim mesmo. Nosso povo tem um lema, que é ‘eu sou brasileiro e não desisto nunca’”, disse Fabi, sem citar quais times teriam relativizado a força da seleção. A jogadora chegou até a dizer que não falou "cala a boca", mas sim "isso é Brasil", contrariando a imagem que seguiu à conquista.
LEIA MAIS
- Brasil repete roteiro, vence os EUA e é bicampeão olímpico de vôlei feminino
- Caminho para o ouro no vôlei teve cortes traumáticos e dias sem sono em Londres
- Zé Roberto Guimarães se torna primeiro tricampeão olímpico do Brasil
- Meninas comemoram bicampeonato olímpico com prece e cambalhota em quadra
- Sheilla diz que Brasil 'calou a boca de muita gente', e Zé Roberto pede reconhecimento
A reação dela foi emblemática. Logo após o ponto que definiu o título, ela se jogou no chão visivelmente emocionada e foi abraçada pelas companheiras. No pódio, ela era de novo quem mais parecia sentir a conquista e chorou muito ao ouvir o hino nacional.
No caminho para Londres, Fabi teve Camila Brait como uma sombra de peso e foi muito criticada. Mesmo assim, na hora do título decidiu não rebater ninguém, e só ressaltou a importância do vôlei no país.
“A gente fica triste principalmente quando falam como se a gente não tivesse gana. A gente é humana, e como brasileira estava muito triste com o que a gente estava jogando. Mas para mim o fato de falarem é um sinal de que o vôlei é importante, que as pessoas estão preocupadas. Eu tento levar para esse lado”, disse a líbero.
Aos 32 anos, Fabi é a segunda mais veterana da equipe campeã, só atrás da levantadora Fernandinha, mas não soube dizer se estará jogando daqui a quatro anos. “Não sei, não sei. Quero curtir esse bi primeiro. Se der brecha, quem sabe. Em 2016 vai ser lá no quintal de casa, né?”, brincou a jogadora, que é carioca e atua no Unilever, no Rio de Janeiro.