O vôlei feminino do Brasil terá pela frente o rival mais duro que poderia encarar, mas uma jogadora em especial preocupa a seleção de José Roberto Guimarães. Segunda melhor atacante dos Jogos Olímpicos até agora, Destinee Hooker é uma velha conhecida das suas rivais do próximo sábado. Estrela do Sollys/Osasco até abril, a norte-americana tem um longo histórico de confusões na carreira e, mais recentemente, chamou atenção por ter posado nua para a edição especial da revista ESPN de seu país.
Hooker tem 24 anos, nasceu na Alemanha quase por acaso e é filha de um ex-jogador de basquete. Antes de se profissionalizar no vôlei, chegou a cogitar seguir o caminho do pai, também tentou o atletismo e finalmente decidiu, na faculdade, virar oposta, posição em que sua altura, envergadura e impulsão são explorados da melhor maneira possível.
A jogadora é apontada pelo técnico brasileiro como uma das atacantes mais perigosas do mundo. Ela foi a grande estrela da decisão da Superliga deste ano, quando o Sollys/Osasco atropelou a Unilever. Contra o Brasil, na primeira fase em Londres, castigou a defesa verde-amarela com 23 pontos. As Olimpíadas, aliás, têm deixado a jogadora à vontade. Até agora ela fez 147 pontos e só perde no quesito para a ponteira Kim, da Coreia do Sul.
“A Hooker está sobrando do outro lado. A gente tem de ao menos tentar parar um pouco ela”, disse José Roberto Guimarães após a vitória do Brasil por 3 a 0 sobre o Japão, na semifinal.
Se é um furacão em quadra, fora a norte-americana não fica atrás. O currículo de confusões impressiona. As que arrumou na Europa foram um pouco piores do as do tempo do Brasil. Hooker jogava no Pesaro, da Itália, quando decidiu voltar aos Estados Unidos para se recuperar de uma lesão. Os dirigentes não gostaram da atitude, pediram uma punição à atleta e viram ela assinar um contrato de risco com o Sollys/Osasco.
A experiência deu certo. Na base do churrasco e com muitas músicas de Michel Teló, ela se entrosou com brasileiras como Thaisa, Adenízia e Camila Brait, que fizeram ou fazem parte da seleção. Só que na Superliga ela também aprontou das suas. Em duas oportunidades, ela perdeu partidas do campeonato mais importante do Brasil por lesões esdrúxulas.
Na primeira delas, machucou a mão ao brigar por telefone com o namorado e teve de ser poupada pela comissão técnica. Semanas depois, foi uma picada de abelha que a afastou das quadras. Ela teve uma reação alérgica, passou uma noite com febre e ficou fora de um jogo da Superliga.
No fim, ela compensou o investimento. Quando ganhou o título, chorou muito e deixou a equipe visivelmente emocionada com a passagem relâmpago pelo Brasil. “Estou triste que eu tenha de sair. Essa será uma lembrança que eu nunca vou esquecer”, disse Hooker.
De volta aos Estados Unidos, ela ainda teve tempo de chamar a atenção de forma positiva antes de viajar a Londres. Ela, que já havia sido convidada a ser modelo na passagem por Osasco, posou ao lado de suas companheiras para a edição especial da revista ESPN, que anualmente realiza ensaios com nus artísticos de atletas.