Brasil consolida recuperação nos Jogos, arrasa o Japão e tenta o bi olímpico contra os EUA

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • REUTERS/Ivan Alvarado

    Jogadoras do Brasil comemoram ponto marcado contra o Japão no jogo desta quinta-feira

    Jogadoras do Brasil comemoram ponto marcado contra o Japão no jogo desta quinta-feira

Depois de dias de crise, uma reviravolta e a emocionante partida contra a Rússia, a seleção feminina está na final do torneio olímpico, e sem repetir o sufoco de dois dias atrás. Com 3 sets a 0 (25-18, 25-18 e 25-18), as brasileiras despacharam o Japão, garantiram ao menos a medalha de prata e podem sonhar com o bi olímpico, feito inédito para o vôlei do país.

Antes desta equipe, os homens desperdiçaram a chance de defender o título em 1996 e 2008. O vôlei feminino, aliás, pode empatar em número de títulos com o masculino, em uma virtual disputa interna. Fabiana, Thaisa, Fabi, Sheilla, Jaqueline e Paula Pequeno, por sua vez, garantem também a segunda medalha de suas carreiras, já que estiveram em Pequim na conquista do primeiro ouro. 

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A trajetória é surpreendente para um time que estava, há menos de uma semana, tomado pelo desânimo e abatido com duas derrotas seguidas. Agora, Jaqueline e companhia estão a um jogo de defenderem o título justamente contra as norte-americanas, derrotadas na final em Pequim, que nesta quinta venceram sem sustos a Coreia do Sul.

A disputa deve ser bem mais acirrada do que foi em 2008. As norte-americanas mostraram muita força no último ciclo olímpico, mantêm uma freguesia recente sobre a seleção e são, nas palavras de José Roberto Guimarães, técnico do Brasil, o time a ser batido em Londres.

Só que o crescimento do time verde-amarelo durante a competição é inegável. Nesta quinta, mais uma vez a equipe foi liderada tecnicamente por Thaisa e Sheilla, grande destaques individuais da seleção neste torneio. Jaqueline, Fabiana e Fernanda Garay, no entanto, acompanharam as colegas de time, em um jogo em que os pontos foram muito bem divididos entre todas elas.

Diante do jogo de paciência do Japão, o Brasil venceu sem sustos justamente por ter mantido a calma durante todo o tempo, especialmente no primeiro set, o mais disputado de todos.

As duas equipes começaram acertando bastante no ataque e um pouco frágeis na contenção das rivais. Neste cenário, foram trocando pontos até o 16 a 15 para o Brasil, quando uma invasão tirou um ponto de graça do Japão e desestabilizou as asiáticas. Com a vantagem, o bloqueio cresceu e garantiu oito pontos só nesta parcial.

O Brasil levou o placar a 20 a 16, depois a 24 a 17, não deu chance para a reação das rivais e fechou em 25 a 18. José Roberto Guimarães vibrava muito no banco de reservas e sentiu o clima em quadra ficar mais tranquilo. Com sorrisos e sem as cobranças excessivas pelos erros que marcaram o início da campanha, o Brasil sobrou.

No segundo set, não tardou a abrir vantagem e controlar o placar com um ataque preciso. Só nesta parcial foram 18 bolas no chão de 31 tentativas, com índice de acerto superior a 50%. A defesa do Japão não aguentou e parou de receber tão bem. O resultado foi parar no placar: sem dificuldades, o Brasil fez 25 a 15 e encaminhou a vitória.

As japonesas, que não chegavam à semifinal das Olimpíadas desde 1988, pareciam satisfeitas com sua campanha e a chance de brigar pelo bronze. Ao som de “O campeão voltou”, coro que embalou o 3 a 2 emocionante contra a Rússia nas quartas, o Brasil fechou rapidamente o terceiro set por 25 a 18 e está na briga pelo bi. 

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