Presidente APO toma posse em Escola de Guerra e exalta lado militar
Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Alan Marques/ Folhapress
General Azevedo e Silva foi sabatinado no Senado antes de assumir a presidência da APO
O novo presidente da APO (Autoridade Pública Olímpica), Fernando Azevedo e Silva, vestiu sua farda nesta terça-feira. O traje, ornado com condecorações nacionais e internacionais, voltou a ser usado nesta tarde para ocasião especial para o general: ele tomou posse em seu cargo no principal órgão da organização da Olimpíada de 2016, que acontecerá no Rio de Janeiro.
Azevedo e Silva foi indicado para o posto pela presidente Dilma Rousseff no início de outubro. No mesmo mês, foi sabatinado no Senado, aprovado e nomeado para presidência da Autoridade Olímpica. Só nesta terça, contudo, assinou o termo de posse, em cerimônia realizada no auditório da Escola Superior de Guerra, dentro de uma área militar do Rio.
O evento, aliás, foi marcado pela presença de vários colegas de Forças Armadas do general. Das cerca de 200 pessoas que presenciaram a posse de Azevedo e Silva na APO, mais de 20 vestiam farda. Desses, quatro eram generais do Exército e um era almirante da Marinha.
A presença de todos eles no auditório da Escola de Guerra ratificou militarismo e nacionalismo da cerimônia. O Hino Nacional foi inteiramente tocado logo na abertura do evento, e os presentes o cantaram em alto e bom som. Fotografias do Brasil foram exibidas em um telão durante a música.
O general Azevedo e Silva não destoou e exaltou seu lado militar em discurso. Disse que trabalhará na organização da Olimpíada com "espírito militar". Por fim, disse que vai encarar sua nova missão como "um velho soldado" e pelo Brasil.
"Velho soldado, permaneço fiel ao lema que, como paraquedista, bradei e cultuei, junto com meus comandados, durante muitos anos de serviço: Brasil acima de tudo", afirmou.
Antes de assumir a APO, o general foi diretor do Departamento do Desporto Militar do Ministério da Defesa e integrou o Conselho Nacional de Esporte. Em 2011, durante os 5º Jogos Mundiais Militares, no Rio de Janeiro, ele esteve à frente da Comissão de Desportos do Exército e foi nomeado, em seguida, presidente da Comissão Desportiva Militar do Brasil. Por três anos, ele comandou o Centro de Capacitação Física do Exército, no Rio de Janeiro.
Azevedo e Silva substitui o ex-ministro Marcio Fortes, que pediu demissão da APO em setembro, após perder espaço nas negociações sobre a Olimpíada. Após a saída de Fortes, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, chegou a defender o fim da Autoridade Olímpica, consórcio formado por União, Estado e Município para monitorar os preparativos da Rio-2016.
Paes, aliás, não foi à posse de Azevedo e Silva nem mandou representante. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o secretário da Casa Civil do Estado do Rio de Janeiro, Regis Fichtner, foram. Já Carlos Nuzman, presidente da Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016, faltou, mas enviou dois membros da diretoria do órgão para desejar sorte ao general em sua nova função.
RIO-2016 JÁ CUSTÁ R$ 29,2 BI E SUPERA ESTIMATIVA DA CANDIDATURA
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Faltam três anos para o início da Olimpíada de 2016, e o evento ainda não tem um orçamento oficial. O que já se sabe, contudo, é que os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro custarão mais do que o informado no dossiê de candidatura da capital fluminense à sede do megaevento.
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Apesar de uma boa parte das obras necessárias para a Rio-2016 não ter um custo definido, os projetos relacionados ao evento que já têm, no mínimo, um orçamento inicial custarão R$ 29,2 bilhões. Em 2008, o comitê de candidatura do Rio à cidade-sede da Olimpíada estimou que R$ 28,8 bilhões fossem necessários para a preparação para os Jogos.
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