De olho no cofre

Sem dinheiro, RJ pede R$ 10 milhões à União para reformar Célio de Barros

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Júlio César Guimarães/UOL

    Pista do estádio de atletismo foi ocupada por material de construção em obra do Maracanã

    Pista do estádio de atletismo foi ocupada por material de construção em obra do Maracanã

Após destruir a pista do Estádio de Atletismo Célio de Barros durante a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo, o governo do Rio de Janeiro resolveu recorrer ao governo federal para reformar o equipamento esportivo. Sem recursos para bancar a reconstrução, a SEEL (Secretaria Estadual de Esporte e Lazer) solicitou R$ 10 milhões ao Ministério do Esporte para tocar a obra.

O pedido foi apresentado há cerca de um mês, de acordo com o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser. A SEEL confirmou a negociação.

Leyser é quem coordena as ações federais para melhorias de locais de treinamento e competição de atletas no Brasil. É ele também quem supervisiona o trabalho de análise do pedido do governo fluminense.

Segundo o secretário, a tendência é que o Ministério do Esporte aprove a transferência de recursos já que o governo estadual não tem dotação orçamentária para a obra. Em visita ao Rio nesta quinta-feira, ele afirmou que o próprio ministro do Esporte, Aldo Rebelo, já orientou sua equipe a liberar a verba. A transação dependeria, agora, de detalhes técnicos.

Se o recurso federal for repassado ao Rio de Janeiro, o governo estadual não teria que devolvê-lo mais tarde. O secretário Leyser informou que está sendo avaliada a possibilidade do Rio de Janeiro arcar com alguma contrapartida pelo repasse aos cofres do Estado. A compensação, porém, seria de 20% do que ministério daria ao governo fluminense.

"Se entendermos que a obra é para um equipamento olímpico, não há necessidade de contrapartida. Se a obra não é de um equipamento olímpico, haverá uma contrapartida de 20%", explicou ele.

O secretário informou ainda que é de interesse do governo federal a reforma da pista do Célio de Barros. Ele disse que o equipamento é antigo e, mesmo se não tivesse sido destruído durante a reforma bilionária do Maracanã, teria de passar por uma reforma para voltar a receber atletas. "Precisaria de reparos de toda forma", afirmou.

Inicialmente, entretanto, a intenção do governo do Rio não era reformar o estádio de atletismo. Antes mesmo da obra do Maracanã acabar, o Estado já havia lançado um plano de privatização do complexo esportivo do Maracanã. Nele, estava prevista a demolição do Célio de Barros e do Parque Aquático Julio Delamare.

Após protestos de atletas e confederações, em agosto, o governador Sergio Cabral desistiu das demolições. Informou que o Célio de Barros seria todo reformado, só não disse que pagaria pela obra. Existia até a possibilidade de a Maracanã S/A, que assumiu o controle da arena, bancar a reconstrução.

A época, o presidente da Farj (Federação de Atletismo do Rio de Janeiro), Carlos Lancetta, havia informado que as obras no Célio de Barros custariam cerca de R$ 30 milhões. O valor incluiria reparos na arquibancada do estádio, os quais não estão no projeto apresentado pela SEEL ao Ministério do Esporte.

Lancetta, inclusive, foi quem negociou pessoalmente com o governador Cabral o cancelamento da demolição Célio de Barros. Nesta tarde, ele acompanhou Leyser em sua visita ao Rio e, ao UOL Esporte, lamentou que nenhuma obra foi feito no estádio de atletismo desde o anúncio de sua manutenção.

"Desde que anunciaram que não seria mais demolido, nada foi feito", disse. "Espero que, com a ajuda do governo federal, alguma coisa saia."

A reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 já custou mais de R$ 1,2 bilhão aos cofres fluminenses. Durante a obra, a pista do Célio de Barros foi usada como depósito de materiais de construção. Atualmente, o espaço serve de estacionamento em dias de jogo na arena da final do Mundial.

GOVERNO DO RJ DESISTE DE DEMOLIR CÉLIO DE BARROS E DELAMARE;

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