O presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Marcio Fortes, disse que a mudança da distribuição dos royalties do petróleo pode comprometer "o conjunto do projeto olímpico" do Rio de Janeiro. Segundo ele, obras de infraestrutura e mobilidade que estão sendo pagas pelo Estado do Rio poderiam ter seus projetos alterados caso a presidente Dilma Rousseff confirme a alteração na divisão dos royalties aprovada pelo Congresso.

"Há projetos de infraestrutura, mobilidade e saneamento em curso que dependem do governo [do Estado]. Fazem parte do compromisso olímpico, mas não são obras essenciais para a Olimpíada", afirmou Fortes. "Como há pagamentos a fazer, o Estado precisa de recursos."

Os royalties são um valor pago por empresas pela exploração do petróleo brasileiro. Esse valor  é dividido entre governo federal, estados e municípios. Atualmente, locais onde existe mais exploração de petróleo recebem mais royalties.

Um projeto de lei aprovado pelo Congresso prevê a alteração dessa distribuição. O Rio de Janeiro, que é hoje um dos grandes recebedores de royalties, perderia parte do que recebe. A alteração, agora, depende da sanção da presidente Dilma.

O governador do Estado, Sergio Cabral, chegou a afirmar que, caso a mudança na distribuição seja confirmada, a Copa e a Olimpíada seriam comprometidas. Fortes, da APO, afirmou que não acredita que os eventos seriam prejudicados, mas disse que obras de transporte, saneamento e infraestrutura programadas para 2016 poderiam ser alteradas. Um dos projetos ameaçados e citados por Fortes é o da ampliação do metrô do Rio de Janeiro até a Barra da Tijuca.

"Você tem projetos e eventualmente eles podem ser alterados", explicou Fortes. "Teria quer ver quais são as contas do governador para ver como tudo ficaria."