Barcelona encerra espera de sete décadas e apresenta Jogos com nova divisão geopolítica
A cidade de Barcelona esperou quase 70 anos para poder abrigar os Jogos Olímpicos. Em 1924, a Olimpíada tinha sido prometida à cidade espanhola, porém Pierre de Frédy, o Barão de Coubertin, escolheu Paris. Em 1936, três anos após a subida do nazismo ao poder na Alemanha, os Jogos iriam novamente para Barcelona, mas a Guerra Civil Espanhola postergou o evento mais uma vez.
 Depois dos Jogos de Seul, em 1988, o mundo passou por grandes transformações na sua geopolítica. O apartheid foi banido da África do Sul, o que possibilitou o retorno do país aos Jogos. A Alemanha se reunificou após a queda do Muro de Berlim, em 1989. A União Soviética fragmentou-se em 15 novas repúblicas no ano da véspera da competição. Estônia, Letônia e Lituânia, ausentes há mais de meio século dos Jogos por causa da ocupação soviética, também participaram.
  As repúblicas da antiga União Soviética desfilaram em Barcelona com o nome de Comunidade dos Estados Independentes (CEI), mas quando subiram ao pódio os atletas tiveram içadas as bandeiras de seus próprios países.
  A Albânia, livre da ditadura, voltou aos Jogos após 30 anos. Cuba, Coreia do Norte e Etiópia também encerraram seu boicote. A Iugoslávia, sancionada pelas Nações Unidas pela agressão militar à Croácia e à Bósnia, foi proibida de participar das competições por equipes, mas os atletas do país puderam competir como "atletas olímpicos independentes". A chama olímpica foi acesa com uma flecha lançada pelo arqueiro paraolímpico espanhol Antonio Rebollo.
  Vôlei consagra a geração de ouro
  Formada por Tande, Amauri, André, Carlão, Douglas, Giovane, Janelson, Jorge Édson, Marcelo Negrão, Maurício, Paulão e Talmo, a seleção masculina de vôlei, comandada por José Roberto Guimarães, fez uma campanha impecável e consagrou-se como a “geração de ouro” ao vencer a Holanda por 3 sets a 0 na final.
  Foi o primeiro ouro em esportes coletivos do Brasil, que contribuiu para o fim de um jejum: fazia oito anos que o país não subia mais de uma vez ao lugar mais alto do pódio. No judô, Rogério Sampaio triunfou com uma vitória dramática na categoria meio-leve, na qual derrotou o húngaro Jozsef Csak na contagem de pontos para levar o segundo ouro.
  O nadador Gustavo Borges por pouco não conseguiu o terceiro ouro: levou a prata nos 100 m livre. Essa medalha veio de forma sofrida. A prova foi bastante acirrada, com o russo Aleksander Popov, Borges e o francês Stephan Caron. Assim que os nadadores bateram a borda, o nome do brasileiro não apareceu no placar. O chefe da delegação brasileira e atual presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Coaracy Nunes, pulou a mureta da arquibancada e foi reclamar. O nome de Borges apareceu na quinta colocação. Coaracy continuou lutando e os fiscais resolveram assistir ao videoteipe da prova: prata para o Brasil.
  Pela primeira vez desde Tóquio-1964, o atletismo do Brasil não ganhou medalha. Robson Caetano ficou em quarto nos 200 m rasos e Zequinha Barbosa, nos 800 m, também terminou na quarta colocação.
 
 CEI
 CEI  Estados Unidos
 Estados Unidos  Alemanha
 Alemanha  China
 China  Cuba
 Cuba  Espanha
 Espanha  Coréia do Sul
 Coréia do Sul  Hungria
 Hungria  França
 França  Austrália
 Austrália  Canadá
 Canadá  Itália
 Itália  Reino Unido
 Reino Unido  Romênia
 Romênia  Tchecoslováquia
 Tchecoslováquia  Coréia do Norte
 Coréia do Norte  Japão
 Japão  Bulgária
 Bulgária  Polônia
 Polônia  Holanda
 Holanda  Quênia
 Quênia  Noruega
 Noruega  Turquia
 Turquia  Indonésia
 Indonésia  Brasil
 Brasil  Grécia
 Grécia  Suécia
 Suécia  Nova Zelândia
 Nova Zelândia  Finlândia
 Finlândia  Dinamarca
 Dinamarca  Marrocos
 Marrocos  Irlanda
 Irlanda  Etiópia
 Etiópia  Argélia
 Argélia  Estônia
 Estônia  Lituânia
 Lituânia  Suíça
 Suíça  Jamaica
 Jamaica  Nigéria
 Nigéria  Letônia
 Letônia  África do Sul
 África do Sul  Áustria
 Áustria  Namíbia
 Namíbia  Bélgica
 Bélgica  Croácia
 Croácia  Irã
 Irã  Participantes Independentes
 Participantes Independentes  Israel
 Israel  Formosa
 Formosa  México
 México  Peru
 Peru  Eslovênia
 Eslovênia  Mongólia
 Mongólia  Argentina
 Argentina  Bahamas
 Bahamas  Colômbia
 Colômbia  Filipinas
 Filipinas  Gana
 Gana  Malásia
 Malásia  Paquistão
 Paquistão  Porto Rico
 Porto Rico  Qatar
 Qatar  Suriname
 Suriname  Tailândia
 Tailândia  
 