Depois da debandada de Moscou, foi a vez dos soviéticos revidarem o boicote dos Estados Unidos. Mas nem a ausência da União Soviética e seu bloco de aliados socialistas, como Cuba e a Alemanha Oriental, impediu que Los Angeles obtivesse um número recorde de países participantes: 140. Os Jogos também marcaram a volta da China à competição após 32 anos de ausência.
Os Estados Unidos receberam uma Olimpíada depois de 52 anos. Bem-organizados, os Jogos de Los Angeles mostraram um show de tecnologia. Na cerimônia de abertura, o ponto alto foi quando um homem voou sobre o estádio Coliseum com uma mochila a jato.
Sem os principais rivais, os norte-americanos lideraram a competição com 174 medalhas, mais do que o triplo da Romênia, segunda colocada com 53.
Pela primeira vez, uma edição dos Jogos foi financiada pela iniciativa privada. Tudo foi colocado à venda: desde o percurso de 19 mil quilômetros da tocha olímpica paté a piscina olímpica, construída pela rede de lanchonetes McDonald's.
Joaquim Cruz e a Geração de prata
Após o bom desempenho em Moscou, o Brasil enviou uma delegação ainda maior para Los Angeles. Com 166 atletas, sendo 145 homens e 21 mulheres, o país dobrou o número de medalhas conquistadas, com oito no total, um recorde até então: um ouro, cinco pratas e dois bronzes.
O brasiliense Joaquim Cruz foi o único vencedor do país e de quebra estabeleceu novo recorde olímpico nos 800 m rasos, com 1min43s00, que durou até Atlanta-1996. Outra vitória emocionante foi a da seleção masculina de vôlei consagrou sua “Geração de prata”, de William, Bernard, Montanaro e Xandó, que perdeu apenas para os anfitriões e levou a medalha de prata. No futebol, a seleção foi à final pela primeira vez e também foi vice-campeã.
Na natação, o então recordista mundial Ricardo Prado estabeleceu recorde sul-americano nos 400 m medley, e levou a medalha de prata, com 4min18s45. O Brasil manteve a tradição de pódios na vela e trouxe mais pratas, com Torben Grael e Daniel Adler, na classe Soling. Outro esporte que rendeu medalhas foi o judô, com a prata de Douglas Vieira na categoria meio-pesado e dois bronzes, de Walter Carmona (médio) e de Luís Onmura (leve).
Na primeira competição onde os profissionais puderam atuar (desde que não tivessem participado de Copas do Mundo), o Brasil foi derrotado pela França por 2 a 0. Com base no Internacional, o time teve Dunga, Mauro Galvão e o goleiro Gilmar. O técnico foi Jair Picerni.