No Tibete, garoto de dois anos é coroado lama
Álbum de fotosO confucionismo, o budismo e o taoísmo convivem e se mesclam na fé e na filosofia de vida dos chineses, o que contrasta com o ateísmo oficial do PCC, o partido comunista, no poder. O confucionismo é mais assimilado na esfera pública e social, afinal, muitos dos ensinamentos de Confúcio (551-479 a.C.) foram usados na organização do país durante o período imperial. O taoísmo tem um viés mais pessoal, relativizando o mundo material e amenizando a ênfase nos papéis sociais do confucionismo. Já o budismo, vindo da Índia, é mais espiritual e sobrenatural e serve como opção à visão pragmática do chinês.
Na China, há uma crença no qi, sopro cósmico que preenche o mundo e que é base para a idéia do taoísmo de oposição das forças yin e yang. O conceito de qi está presente em várias áreas como na medicina (a acupuntura e a massagem trabalha as forças corporais), nas artes marciais (a resistência e concetração do kung fu) e também no clássico I Ching ou Livro das Mutações (tradicional compêndio de adivinhações). Outra utilização que acabou popular no Ocidente também foi o feng shui, geomancia usada para construção e decoração de edifícios. Vários palácios e túmulos imperiais foram posicionados e erguidos segundo esse superstição. Em Hong Kong, sedes de grandes bancos também obedeceram os preceitos benéficos.
O Tibete foi disputado como área de influência de Rússia, Inglaterra e China, até que esta última invadiu o território em 1951, acabando com o sistema servil de lá e tirando do poder o Dalai Lama, misto de rei e líder do budismo local. Para anular o rótulo de invasor, o governo chinês dá chancela oficial ao título de Panchen Lama, religioso de menor hierarquia.
Exilado desde 1959, o Dalai Lama (Nobel de 1989) vive na Índia e é considerado como um agitador político por Pequim.
Banida desde 1999, a seita Falun Gong mistura taoísmo e ufologia, e seus lideres foram presos ou foragidos do país.
Mesmo sem relações com o Vaticano desde 1951, o país permite o catolicismo e ordena padres à revelia da Santa Sé.
Praticado em especial no noroeste do país, fronteira com a Ásia Central, o islamismo tem 13 milhões de seguidores.
O Estado chinês permite cinco religiões no país: budismo, taoísmo, islamismo, protestantismo e catolicismo. Apesar da anunciada liberdade, o partido comunista no poder exige de seus filiados que não tenham crença além do marxismo. Os EUA pressionam por mais abertura, para que os neopentecostais entrem junto com o capitalismo no país.
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