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22/08/2008 - 10h57

Brasil vence Itália, vai à final do vôlei e tem chance de se vingar dos EUA

Lello Lopes
Em Pequim (China)
Demorou sete jogos, mas o verdadeiro voleibol do Brasil finalmente apareceu nos Jogos Olímpicos de Pequim. E justo no momento que mais precisava ser mostrado. Nesta sexta-feira, a equipe masculina do país fez uma grande partida, venceu a Itália por 3 sets a 1 (19-25, 25-18, 25-21 e 25-22) e se classificou para decidir o campeonato contra os Estados Unidos.

AFP/Mustafa Ozer
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Depois de um primeiro set ruim, a equipe brasileira se encontrou em quadra. Com grandes atuações do ponteiro Giba e do meio-de-rede Gustavo, o time mostrou pela primeira vez na China porque domina o cenário internacional do vôlei há sete anos. E por que é o favorito ao ouro em Pequim.

Na final olímpica pela segunda vez seguida, a equipe do técnico Bernardinho terá pela frente um adversário que está engasgado: os Estados Unidos, responsáveis pela eliminação do Brasil na semifinal da Liga Mundial no Rio de Janeiro, no mês passado.

A decisão da medalha de ouro em Pequim acontecerá à 1h (de Brasília) do próximo domingo. Um pouco antes, Itália e Rússia jogarão pelo bronze nos Jogos Olímpicos.

Na semifinal, o Brasil precisou jogar muito para vencer um adversário capenga. A Itália, potência mundial que nunca foi campeã olímpica, entrou em quadra sem o seu principal jogador, o oposto Fei, e com o ponteiro Paparoni improvisado na posição de líbero.

Mesmo assim, a Itália jogou como quis no primeiro set. O Brasil entrou apático em quadra, permitindo que os europeus dominassem totalmente a parcial. Irreconhecível, a seleção brasileira não conseguiu achar uma forma de marcar o ataque italiano. Além disso, falhou em alguns contra-ataques.

Um ataque do levantador Vermiglio fez a Itália abrir sete pontos de vantagem (9-2). Bernardinho tentou mudar o panorama da partida, fazendo a inversão 5-1 (troca dos levantadores pelos opostos). A tática, entretanto, não deu resultado. Apesar de ter mais velocidade com Bruno no lugar de Marcelinho, o Brasil não conseguiu reagir.

Um bloqueio em André Heller e um ace de Cisolla deixaram o placar em 23-17. A Itália, então, precisou apenas virar duas bolas. E com um erro de saque de André Heller, fechou a parcial em 25 a 19, em 23 minutos.

O Brasil voltou com uma atitude completamente diferente no segundo set. Muito mais vibrante, a seleção apresentou o voleibol que a levou à medalha de ouro em Atenas-2004 e ao bicampeonato mundial de 2002 e 2006.

O ponto da reação brasileira foi o 5-3 conseguido por Giba após explorar um bloqueio. O ponteiro vibrou intensamente, contagiando os companheiros de equipe. O resultado foi o espetáculo dado em quadra. Com um ataque de André Heller no meio, o Brasil abriu 14-8.

A Itália ainda tentou reagir. Cisolla aproveitou um erro de passe brasileiro para derrubar a diferença para apenas três pontos (16-13). Mas os brasileiros controlaram os nervos. E Bruno, que entrou no final do set no lugar de Marcelinho, fez um ace que decretou a vitória brasileira por 25-18, em 26 minutos.

A terceira parcial foi mais equilibrada. Um bloqueio duplo em Mastrangelo deu ao Brasil uma ligeira vantagem (5-4). A seleção aumentou a diferença para 9-7 com Murilo, que entrou no lugar de Dante na metade da parcial anterior.

A situação da Itália ficou ainda mais complicada quando o meio-de-rede Mastrangelo deixou a quadra carregado pelos companheiros após torcer o tornozelo esquerdo. Logo em seguida, o técnico Andrea Anastasi promoveu a entrada de Fei, mesmo sem condições ideais de jogo. O Brasil aproveitou o desespero italiano para fechar o set em 25 a 21, com um ataque de André Nascimento que bateu no bloqueio e foi para fora.

A vantagem brasileira deixou a Itália nervosa. Errando bastante, a equipe européia foi para o primeiro tempo técnico do quarto set perdendo por 8-4. Já o Brasil, com o bloqueio afiado, controlou o jogo.

Mesmo assim, a Itália não se entregou. Um bloqueio de Zlatanov sobre André Nascimento deixou o placar no perigoso 18-17. Mas Murilo, com um bloqueio e um bom saque, fez 22-19. E o próprio ponteiro deu a vitória ao Brasil, em 25-22, com um ataque de fundo.

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