Depois de girar por sedes periféricas das Olimpíadas deste ano, a seleção brasileira masculina de futebol vai se misturar aos atletas de outras modalidades e entrar de vez no clima do evento a partir deste domingo, quando parte para a Vila Olímpica de Pequim, em mudança que preocupa o técnico Dunga.
Na sede dos Jogos Olímpicos, as estrelas do futebol brasileiro terão condições de estadia diferentes das que estão acostumados nas andanças pela seleção mundo afora. O isolamento e luxo de grandes hotéis será trocado pela sensação de ser mais um entre a multidão de atletas que circula pelas instalações dos Jogos em Pequim.
Com seu time no meio da confusão das Olimpíadas, o técnico Dunga se diz preocupado com a manutenção do foco de concentração na disputa, que chega à semifinal após a vitória sobre Camarões por 2 a 0 em Shenyang neste sábado.
"Vamos ver como é a Vila como chegarmos lá. Ver como nos resolvemos. Teremos contato com outros atletas, mas precisamos ter nossos horários de descanso e alimentação", declarou o treinador após a vitória sobre os camaroneses.
"Seria bom que tivesse um pouco menos de voluntários. Eles cercam muito o time e atrapalham demais. Existem muitos deles", emendou Dunga, em observação que dispensou a diplomacia a respeito da organização dos Jogos de Pequim.
Os jogadores da seleção se mostraram contagiados com o discurso de preocupação da chefia. A ordem é se manter distante da badalação.
"Vai ser legal ver os atletas brasileiros. Tem o pessoal do basquete dos Estados Unidos também, o pessoal do tênis, mas temos que manter a concentração. O assédio vai existir, mas vamos nos comportar", declarou o meio-campo Diego neste sábado.
O Brasil volta a entrar em campo pelas Olimpíadas na próxima terça-feira, em Pequim, pela semifinal do torneio masculino de futebol. A partida acontece no estádio dos Trabalhadores.