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30/06/2008 - 08h25

Aposta brasileira em Pequim, trio de saltadores se diz tranqüilo com pressão

Paula Almeida
Em São Paulo
Após boas performances dos velocistas brasileiros em revezamentos de Jogos Olímpicos, Pequim-2008 tem tudo para ser o ano dos saltadores do país. Isso porque os principais nomes do atletismo nacional na atualidade são Jadel Gregório (triplo), Maurren Maggi (distância) e Fabiana Murer (vara).

Campeões de suas respectivas provas no Troféu Brasil disputado no último final de semana, em São Paulo, o trio garante lidar tranqüilamente com a pressão de carregar as principais esperanças brasileiras na China.

Após o frustrante quinto lugar em Atenas-2004, Jadel mostra maturidade e, de certa forma, certa malandragem ao comentar suas responsabilidades na capital chinesa, evitando prometer resultados ou marcas.

"Estou me programando muito bem para os Jogos, treinando direitinho, descansando. Espero estar o melhor possível. Quero melhorar minha marca. Se isso acontecer, vai ser bom para todo mundo", diz o triplista, que registrou 17,90 m no ano passado mas tem 'apenas' 17,28 em 2008.

Já Maurren Maggi, que tem no currículo um 25º lugar no salto em distância em Sidney-2000, tem sido mais ousada em suas declarações, admitindo, sem problema nenhum, que irá a Pequim brigar por uma medalha. "A pressão é normal, é sinal que eu tenho condições de fazer. E eu trabalho bem sob pressão", admite a saltadora, que no Troféu Brasil registrou 6,99 m, a segunda melhor marca do mundo neste ano.

A estreante do grupo em Olimpíadas, Fabiana Murer, também tem boas chances de pódio em Pequim, embora sua situação seja um pouco mais complicada devido à força de européias (russas e polonesas, principalmente) e norte-americanas.

Sem prometer medalha, Fabiana, que bateu seu recorde pessoal no Troféu Brasil e estabeleceu a segunda melhor marca mundial do ano em competições de pista aberta (4,80 m), está querendo mesmo é aproveitar, de todas as maneiras, sua primeira experiência olímpica.

"Agora começa a dar aquela ansiedade, a gente quer que chegue logo a Olimpíada. Ainda mais agora, que eu estou bem, queria poder competir agora. Mas não tenho nada a perder, só a ganhar", avalia a saltadora. "O ano passado foi muito difícil pra mim. Eu tive uma lesão logo no começo do ano que me atrapalhou. Nesse ano já estou bem melhor. Melhorei a corrida, estou um pouco mais forte e mais veloz. Com certeza estou no auge da minha carreira".

Apesar do discurso humilde, Fabiana não deixa de traçar metas para, quem sabe, abocanhar um metal na China. "Acho que quem fizer 4,80 m consegue medalha, mas se saltar mais, melhor. Eu não posso me acomodar. Estou muito contente, mas ainda não satisfeita".

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