COB fala em êxito de medalhas após gastar R$ 11,6 mi e admite fiasco de natação e atletismo

Bruno Freitas

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • AFP/Will Oliver

    Carlos Arthur Nuzman admitiu que o desempenho da natação e do atletismo foram decepcionantes

    Carlos Arthur Nuzman admitiu que o desempenho da natação e do atletismo foram decepcionantes

Neste domingo, o último dia da Olimpíada, o Comitê Olímpico Brasileiro apresentou um balanço da participação do país nos Jogos de Londres. Os executivos da entidade consideraram o desempenho satisfatório, com 16 medalhas no total, exaltaram a meta de top 10 para o Rio de Janeiro-2016, mas destacaram a preocupação com modalidades como natação e atletismo.

A entidade apresentou cifras do projeto de Londres com investimento de R$ 11,6 milhões, sendo que R$ 3 milhões exclusivamente gastos no aluguel e equipagem do centro de treinamento de Crystal Palace.

Antes da final masculina do vôlei, o Brasil apresenta 15 medalhas em Londres, com três ouros, quatro pratas e oito bronzes. Na opinião do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, o desempenho deve ser celebrado por superar a marca de Pequim em números absolutos de pódios.

“Está dentro da realidade. Conseguimos o mesmo número de ouros de Pequim, por enquanto, e temos uma medalha a mais. Fizemos a melhor preparação que poderíamos fazer, trabalhamos para oferecer as melhores condições para técnicos, atletas e confederações. Oferecemos aclimatações para algumas modalidades, como o judô em Sheffield, a ginástica na Bélgica”, declarou o presidente do COB neste domingo.

“Mas aqui não é como uma bolsa de valores. Se todo mundo ganha, para onde vai esse dinheiro? Alguém tem que perder. Às vezes os resultados dos campeonatos mundiais não representam a realidade dos Jogos Olímpicos, por uma série de fatores”, acrescentou Nuzman, em menção à expectativa de medalhas do país.

Nuzman deixou o evento de apresentação na metade e deixou a exposição do balanço nas mãos do superintendente de esportes do COB, Marcus Vinícius Freire. O dirigente discorreu sobre as metas para 2016, com uma posição entre as dez maiores potências olímpicas, e destacou pontos de preocupação com modalidades como atletismo e natação.

“Temos alguns pontos de atenção, como o atletismo, que não conquistou medalhas desta vez, ainda antes da maratona. A natação também foi um ponto de preocupação. Tivemos os bons resultados do Thiago (Pereira) e do Cielo, mas com certeza precisa ser mais”, destacou o superintendente do COB.

Segundo a entidade, as duas modalidades, assim como a ginástica, passarão por avaliação de resultados e metas em conversas com as suas respectivas confederações.

A avaliação ainda destacou preocupação com a vela e a falta de medalhas de hipismo e taekwondo, modalidades que deram pódios ao Brasil em edições anteriores. Por outro lado, o COB comemora resultados inéditos no boxe (3 medalhas) e na ginástica (primeiro ouro) e diz apostar nos dois esportes para a meta de 2016.

Segundo especialistas da entidade, o patamar de medalhas de Londres era de 15 medalhas, conforme análises de últimos campeonatos mundiais e trocas de gerações.

“O patamar que a gente pensa para 2016 é o limiar do top 10, mais ou menos onde está a Itália, com 23 medalhas”, declarou Freire.

“Temos uma média de oito ou nove modalidades que conquistam medalhas, mas pensamos em algo em torno de 13 para o Rio de Janeiro. Esta é a estratégia, e agora esperamos contar com ginástica e o boxe para esta meta de grupo de medalhistas. Eles vão ajudar a gente a chegar no top 10”, acrescentou o superintendente. 

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