Boxe do Brasil brigará por centro de treinamento próprio e quer ser "novo judô" no país

Bruno Freitas

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • Flavio Florido/UOL

    Técnico João Carlos Barros fala em estrutura própria para a seleção de boxe e mira patamar do judô

    Técnico João Carlos Barros fala em estrutura própria para a seleção de boxe e mira patamar do judô

Após a melhor campanha da história em uma Olimpíada, o boxe brasileiro vai batalhar um incremento de estrutura para o próximo ciclo. O técnico da seleção nacional João Carlos Barros afirmou que a modalidade mira o patamar de desenvolvimento do judô e quer um centro de treinamento próprio.

Durante o ciclo para os Jogos de Londres, a seleção brasileira masculina realizou mais de 60 viagens internacionais, com períodos longos de treinamentos em países da Europa. Da experiência nasceu a intenção de uma conquista de estrutura própria.

ESQUIVA É PRATA

  • AP Photo/Ivan Sekretarev

    Pela segunda vez em menos de um ano, os punhos do japonês Ryota Murata colocam fim ao sonho de Esquiva Falcão. Diante do mesmo algoz do Mundial de 2011 e por apenas um ponto (14 a 13), o brasileiro foi derrotado neste sábado na decisão do ouro da categoria médio (até 75 kg) e volta para casa com a medalha de prata no pescoço. Como prêmio de consolação, traz do ringue dos Jogos de Londres a façanha de ter sido o primeiro atleta do país em uma final olímpica do boxe.

"Treinamos em países como Cazaquistão e Alemanha. Lá eles têm espelho com 15 metros, vinte sacos de areia, saco de água para treino de atletas com a mão machucada e muito mais. Queremos algo semelhante, com clínica, alojamento, refeitório. Não importa onde, pode ser na Bahia, em São Paulo ou em outro lugar", declarou Barros após a participação na Olimpíada.

Com a prata de Esquiva Falcão entre os médios e os bronzes de Yamaguchi (meio-pesados) e Adriana Araújo (até 60 kg), o Brasil comemora seu melhor desempenho na história. Antes a única medalha do país tinha acontecido com a terceira colocação de Servílio de Oliveira nos Jogos de 1968.

"Se você não tem resultado, não pode exigir. Mas a gente tem resultado e vamos pedir. Vejo o boxe em um caminho de crescimento como o do judô", declarou o técnico da seleção.

Com gerações de tradição olímpica, o judô é uma das modalidades que mais contribuíram com medalhas na história do Brasil. Nos Jogos de Londres saiu com quatro, o ouro de Sarah Menezes e mais três bronzes.

Após uma passagem por Santo André, atualmente a seleção permanente de boxe usa um espaço da Prefeitura de São Paulo para treinar, no bairro de Santo Amaro, em um complexo que contempla outras modalidades.

Além dos recursos da Lei Piva, atualmente a Confederação Brasileira de Boxe conta com o incentivo da Petrobras, em recursos que passam pelo Instituto Passe de Mágica, ONG da ex-jogadora de basquete Paula, antes de chegar aos pugilistas [os atletas contam com plano de saúde, entre outros benefícios].

"Não sei de sai da Petrobras ou do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Mas já estamos conversando sobre isso e com certeza o COB vai nos ajudar", disse o técnico do boxe.

Centro de treinamento à parte, a intenção da entidade é a formação de categorias de base da seleção, em exemplo no modelo adotado recentemente no boxe do Equador.

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