COB vê Cazaquistão como modelo e diz que esporte individual será prioridade para 2016
Bruno Freitas
Do UOL, em Londres (Inglaterra)
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Luiz Pires/Vipcomm
Marcus Vinícius Freire, superintendente do COB, disse que o Brasil pode seguir exemplo de países menores
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O balanço do Comitê Olímpico Brasileiro apresentado neste domingo, no último dia dos Jogos de Londres, apontou modelos internacionais de países pequenos bem-sucedidos como caminhos a serem seguidos a partir do ciclo para os Jogos do Rio de Janeiro em 2016. O caso mais decantado é o do Cazaquistão, com seis medalhas de ouro (além de quatro bronzes), o dobro do país-sede da próxima edição.
Os cazaques se destacaram principalmente no levantamento de peso, com a conquista de quatro ouros. Na apresentação do COB à imprensa neste domingo, os dirigentes exaltaram o foco no esporte individual para que a meta de colocar o Brasil entre as dez maiores potências olímpicas do planeta seja alcançada.
“Temos o caso do Cazaquistão, com número impressionante de medalhas no levantamento de peso, quatro ouros. É um caso de sucesso de investimento em uma modalidade que oferece bastantes medalhas”, declarou Marcus Vinícius Freire, superintendente do COB.
A entidade ainda destacou casos de sucesso de outros países, que colheram resultados positivos em uma única modalidade, como o Irã na luta olímpica, a Hungria na canoagem, a Nova Zelândia no remo e a Jamaica nas provas de velocidade do atletismo.
Os dirigentes do esporte brasileiro admitem o intercâmbio de estratégia com o Reino Unido para o próximo ciclo, com a ideia de extrair alternativas de sucesso dos anfitriões de 2012 especificamente em esportes individuais.
“A grande diferença entre eles (Reino Unido) e a gente é que estão na terceira Olimpíada. E vêm fazendo um trabalho de investimento há pelo menos 16 anos. Se a gente continuar nesta crescente de investimentos, vamos chegar num patamar como este aí. Não vai ser em 2016 ainda”, disse o superintendente do COB.
“Pelo fato de eles serem o Time GB (Grã-Bretanha), reunindo vários países, não têm cultura de esporte coletivo. A gente, por outro lado, tem mais essa cultura do coletivo, que infelizmente não dá muita medalha. Mas temos muito a aprender com eles, que se dão bem em esportes que oferecem muitas medalhas, como ciclismo, remo e canoagem. Trabalham isso muito bem”, adicionou Marcus Vinícius.
Segundo especialistas da entidade, o patamar de medalhas projetado para Londres era de 15 medalhas, conforme análises de últimos campeonatos mundiais e trocas de gerações.
No entanto, a ideia da entidade é colocar o país entre os dez primeiros do quadro de medalhas para os Jogos de 2016, em patamar de 23 medalhas (assinalando o desempenho da Itália em 2012). Para isso, o COB conta com o ingresso de novas modalidades entre aquelas que vão ao pódio, destacando o caso de boxe e ginástica em Londres.