Com reservas, Brasil bate Espanha e enfrenta a Argentina nas quartas de final

Bruno Freitas

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • Flavio Florido/UOL

    Pivô brasileiro Caio Torres carrega a bola durante marcado por Serge Ibaka, da Espanha

    Pivô brasileiro Caio Torres carrega a bola durante marcado por Serge Ibaka, da Espanha

O debate sobre a validade da vitória dominou a expectativa pelo confronto entre Brasil e Espanha no basquete da Olimpíada. Mas, depois de rebater a possibilidade de "entrega" através das palavras, os brasileiros mostraram desejo de triunfo em quadra nesta segunda-feira. Mesmo preservando suas estrelas em momentos do jogo, o time de Rubén Magnano derrotou a equipe de Pau Gasol por 88 a 82 e fechou a participação na primeira fase como segundo colocado do grupo B - a líder é a Rússia, que também fecha a primeira fase com uma derrota, mas fica à frente porque o critério de desempate é o confronto direto.

Desta forma, encara a Argentina nas quartas de final e cai na chave dos Estados Unidos na etapa eliminatória, com a possibilidade de um encontro com os favoritos numa hipotética semifinal. "A gente veio para jogar e para ganhar de todo mundo. Para conquistar uma medalha, você tem que ganhar de todo mundo. Se quer ser campeão, tem que ganhar de todo mundo. É com essa cabeça que chegamos aos Jogos", explicou Anderson Varejão à Record, após o jogo.

Magnano afirmou nas vésperas do compromisso que jamais pensaria em pedir para sua equipe perder em nome de uma vida mais fácil na próxima fase. Os espanhóis também exaltaram o mesmo tipo de discurso, igualmente em tom de ofensa recebida.

Ao contrário dos primeiros jogos na Olimpíada, o técnico argentino mandou à quadra nos primeiro períodos reservas que costumam aparecer só nos últimos minutos, como o armador Raulzinho e o pivô Caio Torres. E ambos mostraram personalidade com a oportunidade. Enquanto isso, o armador titular Marcelinho Huertas descansou boa parte da partida no banco. Neste cenário, Leandrinho acabou como o grande destaque da vitória, com um último período brilhante.

A seleção foi para o jogo com a Espanha sem o pivô Nenê, preservado em razão de dores no pé (fascite plantar). O jogador do Washington Wizards acompanhou a partida do banco de reservas, mas sem uniforme de competição.  

Se, com o resultado, surgirão dúvidas sobre a atitude da Espanha no jogo, o mesmo não acontecerá com Pau Gasol. No primeiro período, o pivô do Los Angeles Lakers acertou uma bola da linha dos três e anotou 13 pontos já na parcial de abertura. Com seu principal jogador ditando o ritmo, a Espanha dominou o marcador desde o início e virou o período com vantagem folgada de 26 a 17.

Sem Nenê, Caio Torres foi à quadra já no primeiro período. O brasileiro teve a missão de encarar um garrafão com Gasol e Serge Ibaka. Apesar da tarefa espinhosa, o pivô mostrou desenvoltura no ataque, mas nem tanto na defesa. Os brasileiros apertaram o placar no segundo período, graças a uma bola de três de Guilherme Giovannoni e de boas ações coordenadas por Raulzinho. Por outro lado, jogadores como Alex e Leandrinho acumularam faltas precocemente. Ao final do quarto, vantagem espanhola de 44 a 38.

No terceiro período foi a vez do Gasol mais novo brilhar, enquanto o irmão mais velho Pau relaxava no banco. Marc chamou faltas, acertou a mão e fez a vantagem da Espanha mais uma vez disparar (66 a 57). Enquanto isso, Magnano poupava seus titulares no banco de reservas. Os reservas do Brasil começaram o último período dando sufoco na Espanha. Caio Torres teve que sair com cinco faltas. No final, Leandrinho brilhou, chamou a responsabilidade e comandou o time no ataque e tomou a vantagem através de duas bolas seguidas de três.

A seleção masculina do Brasil volta à quadra na próxima quarta-feira para definir seu destino no torneio olímpico, na luta por uma vaga na semifinal dos Jogos.  A organização do evento ainda vai definir os horários dos confrontos eliminatórios. 

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