A Prefeitura do Rio de Janeiro deu início nesta sexta-feira à construção do Parque Olímpico da cidade. A obra da principal estrutura necessária para os Jogos Olímpicos de 2016 começou nesta tarde pela desmontagem da arquibancada do Autódromo de Jacarepaguá, que será desativado para dar lugar a arenas esportivas de 14 modalidades olímpicas.

A construção do Parque Olímpico ficará a cargo do consórcio Rio Mais, formado pelas empreiteiras Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez e Carvalho Hosken. Em março deste ano, essas empresas ganharam a licitação da Parceria Público-Privada (PPP) que escolheu os responsáveis pela obra. O consórcio Rio Mais deve investir cerca de R$ 1,35 bilhão no Parque Olímpico.

O governo não pagará todo esse valor às empresas. Ele repassará os direitos sobre o terreno do Autódromo de Jacarepaguá por 15 anos para o consórcio. As empresas exploração comercialmente o local. Poderão, por exemplo, vender prédios que serão erguidos ali após a Olimpíada. Com isso, serão remuneradas pelo investimento.

Para o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, esse acordo para a construção do Parque Olímpico é uma das grandes inovações da obra. Com ele, o governo municipal contrata a construção de uma estrutura necessária para a Olimpíada, mas não paga diretamente por elas. “Já estamos fazendo investimentos públicos. No Parque Olímpico, ele será predominantemente privado”, disse ele, após o início das obras.

Pelo contrato firmado com a prefeitura, o consórcio Rio Mais fará, além da estrutura básica do parque, um hotel com 400 quartos, um centro de mídia, e três halls (com arenas de judô, lutas e basquete). Também fará a estrutura da Vila dos Atletas e o Parque Carioca, um novo bairro que vai abrigar moradores da Vila Autódromo removidos pela obra.

O que não está incluído na PPP é as construções de arenas esportivas temporárias (centro de tênis, parque aquático, velódromo e quadra de handebol, por exemplo), que serão licitadas e pagas com recursos públicos. A construção desses equipamentos começará no segundo trimestre do ano que vem e ocorrerá junto com as obras do parque.

Toda a construção do Parque Olímpico deve terminar em meados de 2015. O cronograma da obra segue o que foi determinado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e também o que foi acordado com a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). O calendário de corridas previstas para Jacareraguá neste ano, por exemplo, está mantido.

A manutenção do calendário em 2012 foi umas das exigência feitas pela CBA para assinatura de um acordo que liberou o autódromo para a obra. Outra exigência era a construção de um novo autódromo no Rio de Janeiro.

Esse autódromo deve ser feito em Deodoro, perto de onde também ficarão instalações olímpicas. A obra ainda não começou. Porém, a presidente da Empresa Olímpica Municipal (EOM), Maria Silvia Bastos Marques, disse que não acredita que atrasos no novo autódromo atrapalhem a obra do Parque Olímpico. “Isso faz parte de um acordo firmado entre governo estadual, federal e a CBA”, afirmou ela. “Não creio que teremos problema.”

Maria Silvia também destacou o legado que o Parque Olímpico deixará para a cidade do Rio de Janeiro. Depois dos jogos, a área vivará um bairro, onde viverão e trabalharão 40 mil pessoas.

O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Nuzman, falou sobre o legado esportivo. Na área do Parque Olímpico, será construído o primeiro Centro Olímpico de Treinamento do Brasil, que será pólo de referência para o esporte de alto rendimento no país.