"Quem não tiver cabeça boa vai se perder", diz vovô olímpico Hugo Hoyama sobre farra na Vila

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

  • Jefferson Bernardes/VIPCOMM

    Hugo Hoyama quando foi o porta-bandeira do Brasil na abertura do Pan-2011

    Hugo Hoyama quando foi o porta-bandeira do Brasil na abertura do Pan-2011

Com uma bagagem de 43 de anos de vida e 35 de carreira, o mesa-tenista brasileiro Hugo Hoyama é atualmente o “vovô olímpico” brasileiro dos Jogos de Londres. É o único que vai para sua sexta edição de Olimpíada e por enquanto é o mais velho do país já classificado até agora.

Mas confessa nem ter isso de cabeça. “Não sei [se é o mais velho da delegação]. Não sei se sou eu. Mas com certeza devo ser um dos mais velhos”, falou ao UOL Esporte.

“Em Santo Domingo [no Pan de 2003], me chamavam de tio, tio Hugo, agora não, ninguém brinca com essas coisas. Acho que já estão acostumados comigo. Fico até preocupado se vou continuar, de repente me chamam de vovô, e  vão ver o vovô em 2016”, continuou, com bom humor.

Ele diz ir para a competição com a mesma cabeça que vai desde a primeira, pensando apenas na disputa e sem se preocupar com o futuro e o que vai fazer nos próximos anos. “Pra mim é número. Batalhei para chegar como se fosse a primeira. Penso no momento atual, não na próxima. Quero jogar agora e quem sabe ter outros objetivos.”


Hugo diz que ainda não foi procurado para ser “guia” olímpico ou dar conselhos, mas faz suas recomendações aos marinheiros de primeira viagem. O melhor a se fazer para não se deslumbrar é pensar somente na competição.

“O que mais acho importante para o atleta que vai pela primeira vez é ele saber que representa milhões de brasileiros e torcedores. Tem que por na cabeça que ninguém cobra medalha, mas dedicação máxima“, falou.

“O primeiro de tudo é buscar concentração. Sempre falo que tem que ir lá pra fazer seu melhor. É difícil chegar lá com milhares de atletas e ídolos de outros esportes, alguma vez pode dar uma tietada, que é legal, difícil de acontecer de novo e tentar puxar uma energia dele. Isso pode ajudar. O que não pode chegar lá é deslumbrado por ser Olimpíada. Primeiro tem que ter concentração máxima. Quem não tiver cabeça boa vai se perder”, continuou.

Sobre as comentadas “pegações” e flertes entre atletas na Vila Olímpica, Hugo diz que jamais viu algo em cinco edições que participou. “Nunca vi nada. Sei que tem histórias, mas existe sim, em qualquer área você vai ter. Tem que tomar cuidado nessa parte. Se quiser fazer isso, que faça depois da competição”, recomendou o experiente atleta.


 

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