Governo assume segurança da Olimpíada do Rio após denúncias contra diretor de comitê

Vinicius Konchinski

Do UOL, em São Paulo

  • Phil Major/AP Photo

    Helicóptero sobrevoa a região do Estádio Olímpico de Londres em teste de segurança para a Olimpíada

    Helicóptero sobrevoa a região do Estádio Olímpico de Londres em teste de segurança para a Olimpíada

O governo federal resolveu assumir a responsabilidade pela segurança da Olimpíada do Rio.

Pouco depois de o diretor de segurança do comitê organizador dos jogos, Luiz Fernando Corrêa, pedir demissão após acusações de fraude no Pan do Rio, em 2007, o Ministério da Justiça remodelou sua Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos e incluiu a Olimpíada de 2016 no foco de atenção do órgão.

A mudança na secretaria foi definida em um decreto publicado na semana passada no Diário Oficial da União. O decreto, além de alterar o rol de eventos sob reponsabilidade da secretaria extraordinária, amplia o prazo de existência do órgão em dois anos.

SUSPEITO DE FRAUDE

  • Ex-diretor de segurança do comitê organizador da Olimpíada do Rio pediu demissão depois de ter sido acusado pelo Ministério Público por fraude em contrato no Pan-Americano de 2007

Criada em 2011, a secretaria de grandes eventos deveria ser extinta em julho de 2015 e iria dirigir as operações de segurança da Copa das Confederações de 2013, da Copa do Mundo de 2014 e também da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) Rio+20, programada para junho deste ano. Agora, com a publicação do decreto, a secretaria só será extinta em 2017.

A inclusão da Olímpiada de 2016 no rol de eventos a cargo da secretaria extraordinária foi acertada pelo governo menos de 15 dias depois de Luiz Fernando Corrêa deixar o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos da Rio-2016.

Ele havia assumido o cargo em maio do ano passado e anunciou sua saída envolto em suspeitas de fraude em contratos públicos.

Corrêa foi secretário nacional de segurança pública e coordenou a segurança do Pan de 2007. À época, ele firmou um contrato de R$ 174 milhões para compra de equipamentos que seriam usados nos jogos. Uma perícia do Instituto Nacional de Criminalística apontou sobrepreço de R$ 18 milhões na compra.

Por causa desse caso, o Ministério Público Federal de Brasília acusou Corrêa por improbidade administrativa. Essa acusação foi rejeitada pelos tribunais federais de primeira instância do Distrito Federal. Promotores do caso, contudo, pretendem levar o caso para uma instância superior.

Procurado pelo UOL Esporte, o Ministério da Justiça negou qualquer relação entre as mudanças na secretaria e a demissão de Corrêa do comitê. Para o ministério, a proximidade dos fatos é somente uma coincidência.

Desde que Corrêa deixou a diretoria de segurança do Comitê Rio 2016, o posto está vago. Segundo o órgão, porém, a diretoria não será fechada e trabalhará na ligação entre as ações de segurança do governo e as exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI).

A Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos está a cargo de Valdinho Jacinto Caetano, ex-corregedor-geral da Polícia Federal. Caetano assumiu o lugar de José Ricardo Botelho, que pediu demissão em janeiro alegando motivos pessoais.

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