Rio-2016 ignora processo e mantém diretor acusado de fraude de R$ 18 mi no Pan-2007

Do UOL, em São Paulo

  • Sérgio Lima/Folhapress

    Luiz Fernando Corrêa é réu de ação civil pública por ter assinado contrato superfaturado

    Luiz Fernando Corrêa é réu de ação civil pública por ter assinado contrato superfaturado

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 informou nesta sexta-feira que não cogita demitir seu diretor de segurança, Luiz Fernando Corrêa, acusado de uma fraude de R$ 18 milhões. O órgão informou que, apesar de Corrêa ser réu de uma ação do Ministério Público Federal por ter assinado um contrato superfaturado do Pan de 2007, isso não tem nada a ver com a Olimpíada do Rio de Janeiro.

Corrêa foi secretário Nacional de Segurança Pública e membro do comitê organizador do Pan do Rio. Nessa época, ele comprou do Consórcio Integração Pan R$ 174 milhões em equipamentos de inteligência usados no Pan. Não foi realizada licitação nem pesquisa de preço para a compra.

O UOL Esporte relevou que uma perícia do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal apontou que esse contrato foi superfaturado. Segundo os peritos, a compra deveria ter custado pelo menos R$ 18 milhões a menos.

Por esse motivo, o Ministério Público está processando Corrêa por improbidade administrativa. São réus da mesma ação as empresas do Consórcio Integração Pan e Odécio Carneiro, que também é delegado da Polícia Federal e foi coordenador de Tecnologia da Informação do Pan de 2007.

Carneiro era, até a última quarta-feira, diretor da Secretaria de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça. Na quarta, ele pediu demissão.

No mesmo dia, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou a abertura de uma sindicância para apurar falhas do contrato com Consórcio Integração Pan. A determinação do ministro foi publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União.

Na quinta-feira, o UOL Esporte procurou Côrrea para que ele comentasse as acusações contra ele. O delegado, porém, preferiu não se pronunciar.

Carneiro foi procurado no Ministério da Justiça e na PF. O ministério informou que ele não é mais funcionário da pasta. Já a PF não respondeu à reportagem.

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