No salto em altura masculino, Rússia e EUA devem dominar a prova

Rui Barboza Neto

Rui Barboza Neto

  • Wagner Carmo/CBAt

    Brasileiro Guilherme Cobbo tem poucas chances de medalha no salto em altura

    Brasileiro Guilherme Cobbo tem poucas chances de medalha no salto em altura

Desta vez abordarei a prova do salto em altura masculino. Nesta prova, nosso representante Guilherme Cobbo, tem chances minúsculas de medalha. Nem por isso a prova perde seu brilho. Quem aprecia essa linda prova terá a chance de ver uma excelente disputa. Um duelo lendário do esporte: Rússia x Estados Unidos.

Estes dois países somam 5 candidatos ao pódio. O atual campeão mundial, o norte-americano Jesse Williams, vem com tudo para deixar seu nome na história dos Jogos. Apesar de ter boas marcas na carreira, os Jogos Olímpicos para ele ainda são um obstáculo a ser superado. Williams está em terceiro no ranking, com 2,36 m.
 
Também representando os Estados Unidos, o jovem de 21 anos, Erik Kynard, vem bem no ano. Com uma boa marca em 2012 (2,34 m) e com chances de melhorar, pode surpreender os mais experientes e beliscar uma medalha. O veterano Jamie Nieto completa o time norte-americano, mas mesmo com sua experiência está dificil pra ele figurar entre os três primeiros se não melhorar a marca de 2012 (2,31 m).
 
A Rússia possui três fortíssimos concorrentes. Medalha de ouro de Pequim-2008, Andrey Silnov tem chances de se tornar bicampeão olímpico. Para se ter ideia do tamanho deste feito, caso ele alcance, nem mesmo a lenda da prova, o cubano Javier Sotomayor, teve este privilégio de ganhar dois Jogos Olímpicos. Silnov está bem, tem a segunda melhor marca no ranking em pista aberta, e motivação de sobra pra defender seu título.
 
Líder do ranking mundial com 2,39 m,  Ivan Ukhov vem para manter o título com a Rússia, porém desta vez ele quer ser o protagonista. Ukhov é um excelente atleta, experiente e favorito não apenas ao pódio como ao lugar mais alto dele. Pra fechar o trio russo, Aleksandr Shustov corre por fora. Com a marca de 2,35 m em 2012, conta com alguns vacilos de seus concorrentes e uma boa performance para poder levar uma medalha.
 
Diante deste duelo de gigantes, há espaço para algum outro concorrente? Tem um jovem do Qatar, Barshim Mutaz Essa, que fez bons saltos neste ano. Lidera com 2,37 m o ranking mundial de pista coberta de 2012. Sem muita pressão, conseguindo controlar a ansiedade e nervosismo, sensações naturais num momento grandioso como este, pode manter ou até mesmo melhorar seu salto. Com isso a medalha pode ficar bem próxima.
 
Outro que merece todas as atenções é o atleta britânico Robert Grabarz. Com a marca de 2,36 m no ano, pode, com apoio de sua torcida, fazer o Parque Olímpico vibrar muito com um possível lugar no pódio. Sabemos que competir em casa é uma vantagem e Robert pode tirar proveito disso.
 
E o paranaense Guilherme Cobbo, não tem chance de pódio? Como disse acima, chances minúsuclas. Guilherme com certeza está bem preparado, no melhor de sua forma. Kyoshi Takahashi, que no Brasil sempre tem atletas em destaque na prova, é seu treinador. Melhorou muito sua marca neste ano, saltando 2,28 m, seu recorde pessoal. Tem experiência internacional, mas competirá seu primeiro Jogos Olímpicos. A expectativa é melhorar sua própria marca. Caso bata o recorde brasileiro (2,32 m de Jessé Farias) já sai com um excepcional resultado. Mas ainda assim está abaixo das feras acima que citei.
 
Vale a nossa torcida pro brasileiro se superar e alcançar o objetivo traçado. E também desfrutar dessa prova tão técnica, tão plástica e que promete ter uma saudável busca ao sonhado título olímpico.

SALTO EM ALTURA MASCULINO: RÚSSIA E EUA DEVEM DOMINAR A PROVA

Rui Barboza Neto

É bacharel em Esporte pela Escola de Ed. Física e Esporte da USP e treinador de atletismo e preparador físico da Associação a Hebraica de São Paulo. É comentarista do UOL nas provas de salto com vara e em altura.

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