Uma medalha de ouro olímpica mudou a programação de Maurren Maggi. Com 32 anos, a atleta, que chegou ao lugar mais alto do pódio nas Olimpíadas em Pequim, revelou que antes pensava que a consagração olímpica seria um último passo antes de se aposentar.
"Eu pensava que quando ganhasse a medalha, iria me aposentar. Mas agora não. Depois de saltar 7 metros com 32 anos, acho que dá para fazer melhor", declarou a atleta, que desembarcou nesta terça no Brasil e ganhou até um desfile em carro aberto.
Ela garante que se prepará agora para um novo ciclo olímpico, que terminará nos Jogos de 2012. Nesta época, Maurren terá 36 anos e, mesmo assim, se mostra convicta que pode brigar por outra medalha. "Será um obstáculo com certeza [a idade], mas eu gosto de obstáculos", afirmou Maurren, se referindo ao período em que ficou fora de competição por uma acusão de doping e perdeu o Pan-Americano de 2003 e as Olimpíadas de 2004.
Na sexta passada, a saltadora conseguiu a marca de 7,04 m para ficar com o ouro no salto em distância, algo que não acontecia para o atletismo brasileiro desde 1984, quando Joaquim Cruz, nos 800 m, alcançou o primeiro lugar.
A marca em Pequim foi apenas um centímetro a menos que a russa Tatyana Lebedeva, ouro em Atenas e agora prata na China. O recorde mundial da prova é de Galina Christyakova, em 1988, com 7,52 m. Maurren ainda não tem um planejamento definido dos próximos objetivos, mas tem uma certeza: "Não está nos meus planos este recorde mundial".
Para o técnico da brasileira, Nélio Moura, a pupila pode ir longe, mas ele não mostra preocupação com os números. "Os números são o que menos importa. Ela já saltou 7,06 m sem vento algum. Em Pequi, foi 7,04 m com 0,2 m/s. O que importa é chegar com a cabeça que ela chegou para Pequim", declarou.