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14/08/2008 - 03h37

Em jogo tenso, Brasil perde para a Rússia no vôlei masculino

Lello Lopes
Em Pequim (China)
Brasil e Rússia fizeram nesta quinta-feira um jogo tenso. Reclamação com arbitragem, ataques fortes, defesas sensacionais e muita vibração marcaram a partida. No final, os russos levaram a melhor, vencendo por 3 sets a 1, com parciais de 22-25, 26-24, 31-29 e 25-19, pela terceira rodada dos Jogos Olímpicos de Pequim.

Flávio Florido/UOL
Mikhaylov, um dos principais atacantes da Rússia, deu trabalho para o bloqueio
Flávio Florido/UOL
Escadinha cai no chão após defesa no jogo e é amparado pelo atacante Murilo
VEJA FOTOS DA DERROTA BRASILEIRA
TABELA DO BRASIL NO VÔLEI
PÁGINA DA MODALIDADE NOS JOGOS
CALENDÁRIO DO TORNEIO DE VÔLEI
SELEÇÃO RECLAMA DO JUÍZES
GIBA PASSA EM BRANCO
ENQUETE: OURO É PROVÁVEL?
Com o resultado, o Brasil viu a classificação antecipada para as quartas-de-final ser adiada em pelo menos uma rodada. Além disso, não conseguiu a vingança da derrota sofrida para a Rússia na disputa do terceiro lugar da Liga Mundial, no mês passado, no Rio de Janeiro.

Em xeque nas Olimpíadas após o fracasso na Liga, o Brasil soma agora duas vitórias em três partidas em Pequim. Antes do tropeço contra a Rússia, a equipe bateu o Egito na estréia e a Sérvia na segunda rodada.

A próxima adversária da seleção brasileira é a Polônia, às 9h (de Brasília) de sábado, numa reedição da final do último Campeonato Mundial. Na segunda-feira, o Brasil vai encerrar a sua participação na primeira fase enfrentando a Alemanha.

Contra a Rússia, o Brasil mais uma vez não contou com a presença integral do ponteiro Giba. Assim como aconteceu na vitória sobre a Sérvia, o capitão da seleção brasileira foi poupado no início por causa de uma tendinite no ombro direito. Giba até se aqueceu ao lado dos companheiros, mas só entrou em quadra no final do jogo. Murilo começou como titular.

A defesa brasileira funcionou bem no começo do jogo. Assim, a bola chegou limpa para o levantador Marcelinho, que variou bem as jogadas, principalmente com Dante, Murilo e André Nascimento.

Além disso, o Brasil conseguiu neutralizar o bloqueio russo. Aproveitando bem os contra-ataques, a seleção chegou a abrir cinco pontos de vantagem (21-16). Mas um erro de arbitragem quase colocou tudo a perder.

No final do set, André Nascimento explorou o bloqueio de Kosarev, mas o árbitro porto-riquenho Victor Manuel Rodriguez, seguindo a indicação do segundo árbitro, o chinês Ning Wang, deu o ponto para a Rússia.

O telão do Ginásio Capital mostrou nitidamente que a bola tocou no russo antes de sair. Os jogadores brasileiros esbravejaram e a torcida vaiou a arbitragem. A Rússia aproveitou o momento e encostou no marcador (23-22) após novo ponto que gerou reclamações dos brasileiros.

Mas a seleção soube manter a cabeça no lugar e, com um bloqueio triplo de Gustavo, Dante e André Nascimento sobre Sergey Tetyukhin, fechou a parcial com o placar de 25-22, em 25 minutos.

O segundo set também foi tenso. A Rússia melhorou um pouco o saque e abriu vantagem no placar, enquanto os brasileiros continuaram reclamando da arbitragem. Gustavo recebeu cartão amarelo, e a diferença ficou em cinco pontos (11-6) a favor da equipe russa.

O técnico Bernardinho pediu tempo e acalmou o time. Na volta à quadra, vibrando bastante, o Brasil empatou em 20 a 20 após um bom saque de Gustavo. Mas um erro de Murilo, que deixou cair na quadra uma bola fácil, fez com que os russos chegassem a 23-22.

A Rússia aproveitou a vantagem e fechou a parcial em 26 a 24, em 27 minutos, com um bloqueio duplo sobre André Nascimento.

O Brasil deu a impressão de que reagiria no terceiro set, abrindo logo 4-1 de vantagem. A diferença chegou a cinco pontos (15-10), mas aos poucos a Rússia acertou o passe e, melhor no ataque, reagiu.

Os europeus passaram à frente (24-23) ao bloquearem André Nascimento. O oposto brasileiro se recuperou e, com um ataque forte, recolocou a seleção na dianteira (25-24), levantando as mãos para o céu.

O Brasil teve algumas chances para fechar o set, mas um ace de Volkov recolocou a Rússia no jogo. E Mikhaylov definiu a vitória russa na parcial ao bloquear Dante, fazendo 31 a 29 em 35 minutos.

O quarto set foi equilibrado. A vantagem que o Brasil construiu no começo desapareceu após outra marcação equivocada do árbitro, que indicou um toque a mais na bola dado por André Heller. "Você viu eu tocar na bola?", perguntou o meio-de-rede. "Eu interpretei assim", respondeu o árbitro. "O cara está maluco!", exclamou o jogador brasileiro.

A Rússia, mais uma vez, soube aproveitar o momento e pulou na dianteira do placar (13-11). Bernardinho resolveu mexer na equipe, colocando Anderson no lugar de André Nascimento e Giba no de Dante. Mas as alterações não deram resultado, e a Rússia ganhou por 25-19.

"O vôlei é feito de momentos bons e ruins. O jogo foi muito equilibrado. Venceu quem soube aproveitar o seu momento bom. Erramos bolas que não costumamos errar", analisou Marcelinho.

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