Brasil tem seu dia mais produtivo na Paraolimpíada e atinge provisoriamente meta do 7º lugar
Do UOL, em São Paulo
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Guilherme Taboada/CPB
Ouro dos bicampeões de bocha Dirceu Pinto e Eliseu dos Santos foi o 1º do Brasil nesta quinta-feira
Se a Paraolimpíada de Londres terminasse hoje, o Brasil teria atingido a meta que o CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) definiu antes do embarque da delegação verde-amarela para a capital britânica. O país somou sete medalhas nesta terça-feira, teve seu dia mais produtivo até agora nos Jogos e conseguiu se estabilizar, ao menos provisoriamente, no almejado 7º lugar.
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Esporte mais dourado do Brasil até agora em Londres, a natação mais uma vez fez diferença em favor do país graças ao ouro e à prata dos favoritos Daniel Dias e André Brasil, respectivamente. Mas foram uma dobradinha e outras duas medalhas do atletismo que alavancaram definitivamente a delegação tupiniquim no quadro de medalhas. Na bocha, o bicampeonato olímpico de Dirceu Pinto e Eliseu dos Santos inaugurou o quadro da modalidade.
Agora, o Brasil soma 21 pódios em Londres, um terço deles alcançado hoje, e os 10 ouros deixam o país no sétimo lugar, um posto à frente da Alemanha, que apesar de ter nove medalhas a mais, tem uma insígnia dourada a menos.
Chegar ao sexto lugar que atualmente pertence aos Estados Unidos não é uma missão impossível, embora os norte-americanos venham tendo o desempenho esperado na natação. A modalidade aquática também tem sido fundamental para as potências Ucrânia e Austrália, que estão em quarto e quinto lugar, respectivamente, cada uma com 18 ouros até agora.
Confira abaixo os destaques do Brasil nesta terça-feira e veja quem bateu na trave e quase aumentou os números do país no quadro.
PÓDIO DUPLO, QUASE TRIPLO, E GUIA EMPRESTADO
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A dobradinha de Felipe Gomes e Daniel Silva nos 200 m rasos T11 foi a segunda do Brasil em Londres e a segunda do atletismo. Os dois disputaram metro a metro a liderança da prova e quase tiveram a companhia de Lucas Prado no pódio, mas o terceiro brasileiro da disputa terminou na quarta colocação. “Me lesionei em Pequim (2008) e não pude competir. Me lesionei novamente no Parapan de Guadalajara (2011) e não pude brigar por medalha. Essa medalha de ouro é superação para mim”, comentou Felipe, que não pôde contar com seu guia principal, Chocolate, que está lesionado, e correu com um guia emprestado justamente por Daniel, Leonardo Lopes. Daniel Silva correu com Heitor de Oliveira.
UMA PRATA QUE VALE RECORDE MUNDIAL
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Não foram só as medalhas dos 200 m T11 que elevaram o Brasil ao sexto lugar do quadro de medalhas específico do atletismo. Jonathan Santos, que chegou a liderar a prova do lançamento de disco por duas rodadas, ficou com o bronze na categoria F40. Já Yohansson Nascimento faturou a prata nos 400 m T46, mas o tempo de 49s21 se tornou o novo recorde mundial do T45, categoria de origem do brasileiro. Não à toa ele fez muita festa para comemorar a marca.
ANDRÉ E DANIEL NO PÓDIO: ROTINA
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Principais nomes do esporte paraolímpico do Brasil na atualidade, Daniel Dias e André Brasil engrossaram ainda mais seus currículos nesta terça em Londres. Com mais um ouro, o terceiro, agora nos 100 m peito SB4, Daniel manteve a incrível marca de 100% de aproveitamento em provas individuais na capital britânica. Somou ainda sua 11ª medalha paraolímpica. André Brasil também esteve próximo de seu terceiro ouro, mas ficou com a segunda prata ao perder a final dos 100 m costas S10 para o americano Justin Zook, a zebra da prova.
SE UM CAI, OS DOIS CAEM
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O desempenho do atletismo brasileiro nesta terça-feira em Londres só não foi melhor porque Terezinha Guilhermina acabou ficando fora do pódio nos 400 m T12. Apesar de ter começado muito bem a prova, a brasileira, que já tem um ouro em Londres, acabou abandonando quando seu guia, Guilherme Soares, sentiu uma fisgada e caiu na pista. Terezinha não terminou a prova e esperou o companheiro se levantar para cruzarem juntos a linha de chegada. “Somos uma dupla. Chegamos aqui juntos. Ele até me pediu desculpas, mas não precisava”, disse a atleta.