Com incentivo de estrela local, Coreia do Norte disputará Paraolimpíada pela 1ª vez

Das agências internacionais, em Pyongyang (CDN)

A Coreia do Norte sempre foi acusada por defensores dos direitos humanos de relegar seus deficientes físicos ao isolamento em relação ao restante da população. Agora, o país participará pela primeira vez de uma Paraolimpíada, em Londres. Será uma participação modesta, com apenas um atleta, Rim Ju Song, um nadador de 16 anos que começou a treinar apenas no último mês de abril. Ainda assim, a presença do garoto já inspira outros deficientes a buscarem sucesso nos esportes paraolímpicos.

O início de Rim Ju Song nas piscinas não foi nada agradável. Sem uma perna e sem um braço, o garoto, que hoje treina em Pequim (China), afundava na água em suas primeiras tentativas. Mesmo assim, foi motivado por seus treinadores, evoluiu e, em maio, viajou a Berlim para participar de sua primeira competição internacional.

Song hoje nada os estilos livre e peito, mas seus resultados não foram suficientes para que ele obtivesse índice para os Jogos Paraolímpicos de Londres. No entanto, ele recebeu um convite da federação internacional e disputará as eliminatórias dos 50 m livre na próxima terça-feira, dia 4 de setembro.

A participação da Coreia do Norte em sua primeira Paraolimpíada tem influência direta de Li Pun Hui, uma antiga estrela do esporte nacional. A ex-mesatenista, que entrou para a história ao jogar a chave de duplas com uma atleta da Coreia do Sul e derrotar uma parceria da China no Mundial da modalidade em 1991, hoje tem um filho de 15 anos com paralisia cerebral e dedica quase seu tempo integral à defesa dos atletas com deficiência na Coreia do Norte. Foi graças a ela que o país finalmente filiou-se ao CPI (Comitê Paraolímpico Internacional) em 2012.

“Saudável ou deficiente, se você tiver uma oportunidade, não haverá obstáculos no seu caminho”, argumentou Li Pun Hui em entrevista à agência de notícias Associated Press. “Observando meu filho, eu percebi que as pessoas com deficiências sempre se sentem desamparadas. Elas se sentem desconfortáveis diante de outras pessoas, envergonhadas de suas deficiências, e desmotivadas”.

Em 2003, o país aprovou uma lei em que pessoas com deficiências receberiam atendimento médico gratuito e educação especial. Entretanto, defensores dos direitos humanos alegam que essa lei não é totalmente respeitada pelas autoridades, sobretudo em Pyongyang, capital norte-coreana.

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