COB pede revisão de resultado da luta que rendeu medalha de prata ao brasileiro Esquiva Falcão
Do UOL, em São Paulo
-
Roberto Stuckert Filho/PR
Esquiva Falcão, medalha de prata nos Jogos de Londres, posa ao lado da presidente Dilma Rousseff
O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) emitiu uma nota nesta sexta-feira em que diz que pedirá revisão da derrota do brasileiro Esquiva Falcão na final do boxe nos Jogos Olímpicos de Londres.
A entidade decidiu tomar a atitude após saber que o árbitro polonês Mariusz Gorn se arrependeu de ter punido o brasileiro com a perda de dois pontos no combate que decidiu a medalha de ouro olímpica da categoria até 75 kg contra o japonês Ryoto Murata, que venceu por 14 a 13.
MAIS SOBRE ESQUIVA
- Esquiva agradece boxeador reaparecido por ajudar a conquistar medalha
- Irmãos Falcão viram 'seguranças' de Bandeira Olímpica e curtem reconhecimento
- Técnico revela Esquiva "chorão" e diz que lutador precisou ser moldado com carinho
- Após prata, Esquiva reclama de punição; para irmão Yamaguchi, caçula venceu a final
Assim, o COB contactou a Associação Internacional de Boxe (AIBA) e tentará mudar o resultado da luta. "Tudo indica que houve um erro de interpretação do árbitro, por isso pedimos que a AIBA reveja o resultado final da luta. O COB tem o dever de lutar pelos interesses dos atletas brasileiros", disse o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.
No início do terceiro round, o lutador capixaba foi advertido por agarrar o rival. Como punição, ele perdeu dois pontos. Sem a penalização, o brasileiro conquistaria o primeiro ouro do país no boxe.
"Achei que a arbitragem foi rigorosa demais. Perdi por um pontinho que o referee [juiz, em português] tirou de mim", disse Esquiva, sobre a punição, logo após a luta. "Tomei a punição, mas achei que foi injusto. Os dois estavam se agarrando, os dois estavam cansados. Se tivesse que tirar pontos, tinha que tirar dos dois."
Antes dos Jogos de Londres, a maior e até então única façanha do boxe do país em Olimpíadas aconteceu com Servílio de Oliveira, bronze nos Jogos de 1968, na Cidade do México [categoria mosca, até 51 kg].
A medalha de Esquiva completou a trinca de pódios do boxe brasileiro em Londres, que havia começado com Adriana Araújo na categoria até 60 kg. A pugilista baiana ficou com o bronze após derrota na semifinal, nos Jogos que marcaram a estreia da disputa feminina da modalidade.
A terceira medalha brasileira (a segunda da família Falcão nos Jogos) veio com Yamaguchi. Dois anos mais velho do que o irmão Esquiva, o meio-pesado (até 81 kg) terminou com o bronze depois da derrota para o russo Egor Mekhontcev na semifinal da última sexta-feira.