Bernardinho chega a 5º pódio seguido e vira maior medalhista do Brasil em Olimpíadas

Pedro Fonseca

Da Reuters, em Londres (ING)

  • Flavio Florido/Folhapress

    Bernardinho é ovacionado pelos jogadores após a conquista da medalha de ouro no vôlei em Atenas-2004

    Bernardinho é ovacionado pelos jogadores após a conquista da medalha de ouro no vôlei em Atenas-2004

A terceira final olímpica seguida da seleção brasileira masculina de vôlei faz do técnico Bernardinho o maior medalhista do Brasil em Jogos Olímpicos, com um pódio como jogador e cinco como técnico.

PÓDIOS OLÍMPICOS DE BERNARDINHO

ANO FUNÇÃO SELEÇÃO MEDALHA

1984

(EUA)

jogador masculina prata

1996

(EUA)

técnico feminina bronze

2000

(AUS)

técnico feminina bronze

2004

(GRE)

técnico masculina ouro

2008

(CHN)

técnico masculina prata

2012

(ING)

técnico masculina ??

As seis medalhas superam os velejadores Torben Grael e Robert Scheidt, que são os maiores ganhadores entre os atletas com cinco insígnias cada.

Bernardinho fez parte do time vice-campeão nos Jogos de Los Angeles-1984, como levantador reserva, mas se destacou realmente ocupando outra posição no banco, a de técnico.

O treinador de 53 anos levou a seleção feminina pela primeira vez ao pódio em uma Olimpíada, um bronze em Atlanta-1996, e repetiu o mesmo feito quatro anos depois em Sydney.

O reconhecimento máximo aconteceu em Atenas-2004, quando guiou o time masculino ao ouro após completar um ciclo olímpico recheado de conquistas em praticamente todas as competições que disputou.

A final em Londres será a terceira consecutiva do treinador à frente da seleção masculina e dará a chance ao time de reconquistar o ouro que perdeu quatro anos atrás, para os Estados Unidos, na final em Pequim. Será ainda o quinto pódio consecutivo de Bernardinho, marca alcançada apenas por Robert Scheidt.

"Quando eu cheguei em 2001 no masculino não imaginava que nada disso fosse acontecer. Eu imaginava que a gente ia trabalhar muito e brigar por tudo, mas olhando para trás imaginar isso tudo é um pouco surreal", disse Bernardinho após a vitória arrasadora do Brasil por 3 sets a 0 sobre a Itália que classificou o time para enfrentar a Rússia na final em Londres.

Além das medalhas olímpicas, o treinador tem no currículo oito títulos da Liga Mundial, três Campeonatos Mundiais e dois títulos da Copa do Mundo.

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O retrospecto de conquistas, no entanto, não o livrou de pensar que tinha cometido erros no trabalho de preparação para Londres depois que o time terminou apenas em 6º lugar na Liga Mundial antes dos Jogos.

A vaga na decisão, especialmente após as duas atuações marcantes contra Argentina e Itália nas quartas e nas semis, mostraram que manter a confiança em seu estilo de sempre cobrar os jogadores no limite foi a decisão certa.

"Na derrota às vezes você fica duvidando, 'será que eu errei?' Aí você vê que o trabalho mais uma vez traz recompensa. Você vê o time jogando, e vê que a essência não devia estar errada nesses anos todos. A gente mais uma vez acreditou nisso", disse.

Apesar do status de maior medalhista olímpico do Brasil, de fato Bernardinho só guarda uma medalha em casa, a prata de 1984, uma vez que os treinadores não ganham medalha em Olimpíadas.

O velejador Robert Scheidt, que conquistou um bronze em Londres, tem dois ouros, duas pratas e um bronze na carreira, enquanto Torben Grael tem dois ouros, uma prata e dois bronzes.

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