Campanhas surpreendentes confirmam status de "futebol das Olimpíadas" do vôlei

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • Flavio Florido/UOL

    Murilo, Giba e Bruninho comemoram; vôlei vive clima de "futebol" nas Olimpíadas, com muita cobrança

    Murilo, Giba e Bruninho comemoram; vôlei vive clima de "futebol" nas Olimpíadas, com muita cobrança

A pressão que antecede uma grande competição, o barulho após cada derrota e a euforia desmedida após uma conquista. O roteiro de Copa do Mundo acompanhou o vôlei nos últimos anos, e depois das campanhas surpreendentes em Londres, o esporte confirma o status de “futebol das Olimpíadas” da modalidade.

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  • Flavio Florido/UOL

    A seleção masculina de vôlei, tratada com tanta desconfiança antes de Londres, garantiu sua vaga na final com propriedade. Nesta sexta, o time comandado por Bernardinho atropelou a Itália em 3 sets a 0 (25-21, 25-12 e 25-21) e terá, no próximo domingo, a chance de fazer história na briga pelo seu terceiro título nas Olimpíadas, contra a Rússia.

“Cara, é igual futebol. Se os caras chegam mal, são cobrados para caramba em toda Copa do Mundo. E se estão bem, vocês ficam falando que são favoritos. Com o vôlei é assim também”, disse o líbero Serginho.

A comparação não envolve, obviamente, popularidade ou intensidade da cobrança. O Brasil já é reconhecido pelos demais países como um especialista no vôlei e tem, naturalmente, o status de favorito antes de grandes competições, especialmente as Olimpíadas.

Só que se algo não dá certo no caminho, as seleções são cobradas com intensidade muito superior aos outros esportes olímpicos. Na preparação para Londres, por exemplo, as duas seleções brasileiras foram muito questionadas pelos seus maus resultados.

O time masculino não foi bem na Copa do Mundo do ano passado e ficou na sexta colocação da Liga Mundial, a pior campanha da história da era Bernardinho. Somada às lesões do elenco e a má fase de alguns jogadores, a expectativa não era das melhores.

“Em algum momento você se pergunta: ‘Será que eu errei? Será que eu devia ter poupado os jogadores na Liga Mundial, por exemplo?’. Mas o que mudou foi que agora eu tive uma preparação. As duas semanas antes de vir para cá, em Saquarema, fizeram diferença”, disse Bernardinho, após a vitória na semifinal contra a Itália.

No time feminino, o drama foi ainda maior. A equipe não conseguiu a classificação na Copa do Mundo do ano passado e teve de disputar a vaga no Pré-Olímpico disputado em São Carlos. Mais tarde, no Grand Prix, as meninas ficaram na segunda colocação, mas os cortes de Fabíola, Sassá e principalmente Mari abalaram a popularidade da equipe.

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A campanha nas Olimpíadas também não ajudou. A equipe começou mal, ficou ameaçada de eliminação na primeira fase e só avançou por conta dos resultados dos adversários. Ao sair da crise, as meninas não perderam tempo e reclamaram da pressão.

“Acho que era muita cobrança. Muita gente fica lembrando do time de 2008. A gente não se compara àquela equipe, mas todo mundo fala isso. Como se a gente tivesse de ganhar tudo fácil”, disse Thaisa, que também esteve em Pequim. 

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