Na base do "eu acredito", Brasil tenta o bi no vôlei contra o favoritismo dos EUA

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • REUTERS/Ivan Alvarado

    Bloqueio brasileiro no confronto com os EUA; brasileiras adotam discurso de que é possível levar o ouro

    Bloqueio brasileiro no confronto com os EUA; brasileiras adotam discurso de que é possível levar o ouro

Os Estados Unidos dominaram o vôlei feminino nos últimos dois anos, têm o time mais elogiado do torneio e têm feito o Brasil de freguês nos últimos tempos. As estatísticas jogam contra, mas neste sábado, às 14h30 (horário de Brasília), a seleção comandada por José Roberto Guimarães vai entrar em quadra na base do “eu acredito” para tentar o inédito bi olímpico para o país.

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  • Flavio Florido/UOL

    A pressão que antecede uma grande competição, o barulho após cada derrota e a euforia desmedida após uma conquista. O roteiro de Copa do Mundo acompanhou o vôlei nos últimos anos, e depois das campanhas surpreendentes em Londres, o esporte confirma o status de “futebol das Olimpíadas” da modalidade.

O discurso após a vitória na semifinal contra o Japão parecia ensaiado. “A gente está pensando só na douradinha. Os EUA estão um pouco acima das outras equipes, mas em um jogo só a gente consegue brigar”, disse Fernandinha. “Para mim, o time delas não é imbatível. Se a gente jogar bem taticamente tem chance. É não desistir nunca, tem de jogar com o coração”, disse a capitã Fabiana.

A reverência às norte-americanas não é de graça. Os Estados Unidos venceram as três últimas edições do Grand Prix, todas com o Brasil terminando como vice-campeão. No confronto direto, a vantagem tem sido toda das adversárias da seleção.

Desde 2008, foram nove partidas, com vantagem de seis vitórias dos EUA contra três do Brasil. Nos últimos cinco jogos, Jaqueline e companhia perderam todas, inclusive o encontro da primeira fase, quando o 3 a 1 deu início ao pior momento da equipe na competição.

“Acho que em todos os jogos recentes contra ela nós pecamos por perder a paciência”, disse José Roberto, que endossa o coro de suas comandadas. “Elas sabem que o dever não está cumprido. Nosso papel aqui não está definido, porque nada está decidido ainda. Se a gente mantiver a postura que tivemos contra o Japão no passe, podemos ganhar”, completou.

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Os números de Londres mostram ainda mais vantagem às norte-americanas. A oposta Hooker é a segunda maior pontuadora do torneio e a principal arma do time, que também tem a melhor bloqueadora (Akinradewo) e um saque potente.

“Elas são muito regulares. Na primeira fase contra a gente, a Logan sacou 17 bolas e só errou um. Temos de melhorar a nossa recepção. Nosso saque é que tem de ser um pouquinho mais agressivo”, disse Zé Roberto.

Se conseguir o feito, o Brasil vai consagrar a geração campeã de Pequim. Será o primeiro bicampeonato consecutivo do país, já que o time masculino não conseguiu o feito em 1996 e 2008, quando teve a chance. 

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