Astro teen britânico chega badalado, mas já admite sair dos Jogos sem nenhuma medalha

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

Tom Daley começou as Olimpíadas como uma das estrelas da delegação britânica, mas pode sair da competição pela porta dos fundos. Uma das decepções locais na primeira semana de provas, o astro teen dos saltos ornamentais terá neste sábado sua última chance de subir ao pódio, mas sabe que será difícil conquistar o sonhado título em casa.

“Os chineses têm sido bem constantes e parecem imparáveis, mas vamos ver o que acontece hoje [sábado] à noite. Na plataforma masculina, o bronze é quase ouro, e qualquer coisa acima disso vai ser difícil”, disse Tom Daley, logo após passar à final da plataforma de 10 m na quarta posição, atrás dos chineses Bo Qiu e Yue Lin e do americano David Boudia.

Antes, na noite de sexta, ele deu um susto na imprensa local. Na primeira eliminatória da prova, ele avançou apenas na 15ª posição entre os 18 que foram às semifinais. Na semana passada, ele era um dos favoritos ao ouro na disputa do salto sincronizado na plataforma de 10 m, ao lado do compatriota Peter Waterfield, mas ambos decepcionaram e terminaram com o quarto lugar.

Tom Daley passou a chamar a atenção da mídia local há quatro anos, quando foi o sétimo nos Jogos de Pequim com apenas 14 anos de idade. Em 2009, chegaria ao ápice com a conquista do Mundial de Esportes Aquáticos em Roma. Os resultados, somados à beleza e ao carisma, fizeram do jovem uma espécie de ídolo teen na Inglaterra e em outras partes do mundo.

Ele estampou capas de revista, falou sobre seu interesse em fotografia, revelou ter mudado de escola por conta de problemas com bullying e tornou-se uma estrela nacional. A cobrança foi proporcional. Na semana passada, um jovem de 17 anos foi preso depois de dizer no Twitter que Daley havia desapontado o próprio pai, morto no passado, com seu desempenho no início das Olimpíadas.

Rob Daley foi o grande incentivador de Tom no esporte. Em 2009, ele ganhou notoriedade no Reino Unido quando interrompeu a coletiva de imprensa do filho após o título mundial simplesmente para pedir um abraço. No ano passado, ele não resistiu a um duro câncer no cérebro e morreu.

A perda, obviamente, abalou Tom, que foi só o quinto no Mundial de Xangai, no ano passado. Neste sábado, no entanto, ele terá sua última chance de conquistar a sonhada medalha diante da torcida que fez dele um ídolo e encheu o Centro Aquático de Londres de gritos quando ele se apresentou. No intervalo de horas até a final, o adolescente britânico só quer relaxar e cultivar um costume que entrega a idade que ele tem.

“Vou voltar agora e descansar, comer um lanche, jantar antes de vir para cá. Eu tenho mantido um diário desde que eu cheguei aqui, então eu provavelmente vou escrever nele como foram as semifinais”, disse o saltador. 

UOL Cursos Online

Todos os cursos