Diogo Silva reclama de regra olímpica e chora: 'sem medalha, a gente volta pro buraco'
José Ricardo Leite
Do UOL, em Londres (ING)
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EFE/Ian Langsdon
Diogo Silva reclamou da arbitragem na Olimpíada de Londres por não poder entrar com recurso
O brasileiro Diogo Silva voltou a reclamar das regras dos Jogos de Londres. Após perder a semifinal por decisão dos juízes, ele foi derrotado na disputa de bronze com um golpe do americano Terrence Jennins no segundo em que zerou o cronômetro e queria pedir revisão de combate, mas a Olimpíada não permite recursos. O lutador reclamou do fim de sua campanha na capital britânica e sacramentou: "Sem medalha olímpica, a gente volta pro buraco de novo".
DIOGO VOLTA A BATER NA TRAVE E FICA SEM MEDALHA
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O brasileiro Diogo Silva voltou a bater na trave na tentativa de conquistar sua primeira medalha olímpica. Nesta quinta-feira, ele levou um golpe na cabeça no último segundo, foi derrotado pelo norte-americano Terrence Jennings por 8 a 5 na disputa do bronze da categoria até 68 kg do taekwondo nos Jogos Olímpicos de Londres e deixou a competição de mãos vazias.
"Eu tenho quase certeza que esse placar tinha zerado", disse Diogo. "Eu não vi a luta em câmera lenta, mas é total certeza. Quando zera, os pontos não vão pro golden score. Os pontos só podem ser levados pra outro round do primeiro pro segundo, e do segundo pro terceiro. Isso é uma regra mundial, está assim só nos Jogos Olímpicos".
Na avaliação do brasileiro, seus dois últimos combates tiveram resultados injustos. Na semifinal contra o iraniano Mohammad Bagheri Motamed, Diogo levou a luta para a prorrogação e a vitória do adversário saiu por decisão dos juízes. O brasileiro queria a revisão, mas a regra da Olimpíada não permite. Na disputa do bronze, sua equipe também queria recurso por achar que o último combate do americano foi acertado com o placar já zerado, mas não pôde.
Decepcionado, Diogo chorou na saída da área de luta ao conversar com os jornalistas. Ele criticou a falta de força brasileira nos bastidores e enumerou os problemas que teve durante o ciclo olímpico e nesta quinta-feira. Lembrou que perdeu o apoio da prefeitura de São Caetano e que teve que treinar no clube militar da Urca.
"Você tem que ter poder político, força política, e nosso esporte não tem. As decisões são tomadas com membros de comitês internacionais e da federação do nosso esporte, e o Brasil não tem ninguém la", declarou, depois enumerando seus problemas.
"Acabando a luta com o iraniano, eu tive hipoglicemia, tive cãibra generalizada. Eu só queria lutar, não queria que o árbitro tomasse a decisão. Estou com meu pé todo zuado, tinha que tomar xilocaína", detalhou o lutador. "Foi um ciclo olímpico com tantos desafios. E sem medalha olímpica, a gente volta pro buraco de novo".