Após aplicar um golpe certeiro na cabeça do iraniano Mohammad Bagheri Motamed a menos de 10 segundos do final do terceiro round e levar para a prorrogação uma luta que estava praticamente perdida, o brasileiro Diogo Silva ficou decepcionado com o fato de sua derrota diante do rival ser definida por decisão dos juízes. Após o combate, ele avisou que sua equipe entrará com recurso pedindo revisão do resultado, ainda que isso não seja possível segundo as regras da Olimpíada.

"Vamos pedir recurso. Acho que uma decisão como essa, no ‘achômetro’, não é boa pra mim nem pra ele [o adversário]. Tem que ver o vídeo, fazer uma análise criteriosa", declarou o lutador, que sugeriu que o resultado não foi justo.

"Se fosse um time americano, não [seria esse o resultado], mas como sou brasileiro, tenho que engolir isso e disputar o bronze", disse.

O chefe da equipe  de taekwondo, Rodrigo Barbosa, confirmou que não existe a possibilidade de recurso. "Não cabe recurso pelo regulamento. Não é possível recurso por decisão de juízes, e no momento estamos vendo vídeo para mudar a estratégia de luta dele."

Apesar da intenção de pedir a revisão do combate, o brasileiro agora já pensa na disputa do bronze. O adversário, que sairá da repescagem, ainda não está definido, mas Diogo Silva sabe que seu maior obstáculo será a parte física. Ele sentiu muita dor no pé contra o iraniano e saiu mancando da área de combate.

“O físico está um pouco baleado. Agora é garra do brasileiro. Se eu consegui fazer com o melhor do mundo, consigo na repescagem também”, comentou. “Nesse estágio, não há nada que não doa em mim, ou no campeão olímpico, ou no vice, ou no último colocado. Esse é um esporte de contato físico e acaba machucando mesmo. Mas se comparar com outras modalidades, não tem fratura, ninguém sai sangrando. É uma bobagem dizer que arte marcial é violenta”.